Escrita por Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, Zumbi, volta à cena teatral no Centro Cultural Banco do Brasil em temporada de um mês. Com direção do premiado João das Neves e direção musical de Titane, o espetáculo é uma homenagem do Instituto Augusto Boal ao clássico musical do teatro brasileiro Arena Conta Zumbi.
O tema do espetáculo é a luta dos Quilombolas de Palmares e sua resistência ao jugo português. “Zumbi” é encenado pela primeira vez por um grupo de dez atores negros representando todos os personagens, e realizando o sistema Curinga (criado por Boal), no qual desaparece a noção do ator principal, já que os protagonistas são representados por diversos artistas na mesma encenação. Eles se revezam no desempenho das pequenas cenas focadas sobre os pontos fortes da trama, deixando a um ator coringa a função de fazer as interligações entre os fatos, pessoas e processos. O emprego da música ajuda as passagens de cena, acrescentando tons líricos de grande efeito.
“Hoje a minha proposta é a realização de um sonho: ver Zumbi representado por um elenco de atores negros. Tenho a pretensão de crer que Boal e Zumbi estariam de acordo”, disse Cecília Boal, viúva do autor e fundadora do Instituto Augusto Boal.
A peça é o primeiro musical autenticamente brasileiro. Segundo o diretor João das Neves a música e texto se entrelaçam. “Nossa missão é reavivar a saga de um de nossos heróis fundadores, Zumbi, com a alegria e a fé de uma nação que começou realmente a ser construída ali, na Serra da Barriga, onde Boal, Guarnieri e Edu foram buscar inspiração para este Zumbi que ora vamos contar”, conclui João.