Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária são dois títulos para o espetáculo que fará cinco apresentações nos dias 5, 6 e 7 de outubro, no Teatro Armando Gonzaga, para celebrar um trabalho feito há 20 anos e cuja crítica elogiou e prestigiou um dos melhores textos do autor Nélson Rodrigues.
Dirigido por Eduardo Wotzik, indicado ao Prêmio Shell de Melhor Diretor, esse trabalho foi, na época, um divisor para o teatro carioca.
Para celebrar o centenário de Nelson Rodrigues, o mesmo elenco da primeira montagem resolveu remontar a peça que segunda a critica é atualíssima.
A tragédia de costumes, é baseada no personagem Edgar, um ser humano em crise que através de suas projeções cria situações de angústia profunda e outras patéticas carregadas de humor.
Desenhando uma história de intriga, sensualidade, morte e amor ,a montagem deOtto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária, conta a história de Edgard, rapaz que passa por dificuldades financeiras para sustentar sua mãe, viúva. Edgar trabalha na empresa do industrial Werneck que encarrega seu braço direito Peixoto a lhe oferecer uma quantia em dinheiro para se casar com sua filha, vítima de uma curra. Edgar vive o dilema entre compactuar com esta trama inescrupulosa ou manter seu caráter e casar-se com Ritinha, sua vizinha, professora, que sustenta suas três irmãs e a mãe.
Criada a partir de uma frase do jornalista Otto Lara Resende – “o mineiro só é solidário no câncer” – para a famosa frase de Dostoiévski – “Se Deus não existe, tudo é permitido” - a peça, como a maioria das escritas por Nélson Rodrigues, à primeira vista dá a sensação de perseguir um único objetivo: o de chocar a plateia.
Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas ordinária, no Teatro Glauce Rocha, que traz à cena carioca o mais cultuado dramaturgo brasileiro montagem intimista de uma das mais polêmicas peças de Nelson Rodrigues, foi sucesso de público e de crítica.
“Um trabalho admirável, executado de forma primorosa por um elenco que mergulha de cabeça numa proposta de alto risco.” – Lionel Fischer
“O espetáculo impactua por uma vigorosa e bela teatralidade, permeiando seu discurso, de ponta a ponta.” – Nivaldo Costa