Localizado no Centro do Rio de Janeiro, o Teatro Dulcina reabre suas portas com uma nova ocupação, a cargo da NKV Produções, que foi contemplada através do edital da Funarte, e uma programação que promete trazer grandes espetáculos e companhias artísticas de Rio e outros estados brasileiros. O espaço integra o corredor cultural da Cinelândia que tem ao seu redor o Teatro Rival, Theatro Municipal e o Museu Nacional de Belas Artes.
Estreando essa nova fase, o Teatro Dulcina traz ao seu palco a peça estrelada por Carlos Moreno e Mira Haar. Os arranjos e direção musical ficam por conta do tecladista Jonatan Harold. Sucesso de público e crítica, o espetáculo Florilégio homenageia compositores como Benedito Lacerda, Billy Blanc, Dorival Caymmi, Carlos Gardel e Edith Piaf – e cumpre curta temporada no Teatro Dulcina (de 19 de outubro a 04 de novembro). As sessões sempre serão as sextas, sábados e domingos às 19h.
O “show” intercala números musicais e trechos de poesia. Com taças de vinho tinto nas mãos, Mira Haar e Carlos Moreno dançam, cantam e convidam a plateia a entrar no clima romântico de Besame Mucho (de Consuelo Velazquez). Em outro momento, mais modernos, mandam ver na versão em rap da cantiga O Cravo Brigou a Rosa, apresentando, assim, um bem humorado coquetel de músicas.
De chapéu, Moreno, conhecido como garoto propaganda do produto “Bombril”, imita Frank Sinatra em Strangers In The Night (Bert Kampfert, Charlie Singleton e Eddie Snyder), enquanto Mira arranca gargalhadas do público com suas caras e bocas na introdução de Nel Blu Dipinto Di Blu – Volare, de Mitchell Parish. No final do show, o público, de bom grado, aplaude este Florilégio – no dicionário, seleção de coisas notáveis, coleção de flores, coletânea de trechos literários.
A peça agrada por onde passa. “As apresentações de Florilégio foram ótimas, sempre com casa cheia, o público ficava tão animado que vinha falar conosco ao final do espetáculo”, comenta Mira Haar. Sobre o segredo deste sucesso Carlos Moreno acrescenta: “Imagino que o que tem atraído as pessoas seja, em primeiro lugar, o repertório. Ele conquista a todos porque atinge a memória afetiva e musical de cada pessoa, de diferentes formas para cada geração, mas sempre despertando lembranças que remetem, subjetiva e carinhosamente, aos bons tempos já vividos. Depois, o humor e a comunicação direta que estabelecemos com a plateia, que se sente convidada a participar do espetáculo. E, por último, mas talvez o mais importante, a amizade que Mira e eu temos, que é verdadeira, não está sendo representada por uma atriz e um ator.”
Humor e Poesia
Fermentado com poesia e humor, brindando a amizade que une os dois amigos e atores há mais de 40 anos, o show marca o reencontro dos dois artistas juntos novamente no palco depois de 25 anos. Mira e Carlos interpretam clássicos de grandes compositores nacionais e internacionais dos anos 50, como Lupicínio Rodrigues, Herivelto Martins, Billy Blanco, Carlos Gardel e Edith Piaf.
São 40 músicas no repertório, divididas em sete blocos (abertura, internacional, ufanista, natureza e sertão, flores, humor e celebração final). O set list vai do instrumental Abismo de Rosas, de Dilermando Reis (imortalizado no violão de Toquinho), passa por Onde Anda Você e Samba Em Prelúdio, de Vinicius de Morais. Eles ainda cantam Carlos Gardel, Manuel Bandeira, entre diversos outros imortais da música.
Na abertura, entram No Dia Que Me Queiras, Carlos Gardel; Alô Dolly (Hello Dolly), Jerry Herman e Michael Stewart (letra e música); versão Victor Barbera, Haroldo Barbosa e Max Nunes; Se Todos Fossem Iguais a Você, de Vinícius de Moraes; Amigos para Sempre, música Andrew Lloyd Webber, letra Don Black. No segundo bloco abre espaço para um pot-pourri Internacional com Champagne, Di Francia e Depsa & Jodice; Só Nós Dois, J. Pimentel.
Na seção ‘Natureza e Sertão’ vem Luar do Sertão, Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco; Azulão, Jayme Ovalle e Manuel Bandeira; Uirapuru, Jacobina e Murilo Latini; Sabiá Lá Na Gaiola, Hervé Cordovil e Mário Vieira; Andorinha Preta, Breno Ferreira. Na parte intitulada ‘Flores’, o repertório reúne La Violetera, Jose Padilla Sanchez e E. Montesinos Lopes; A Jardineira, Benedito Lacerda e Humberto Porto; Rosas Vermelhas Para Uma Dama Triste, Roy C. Bennett e Sid Tepper; versão João Marques Negrão; A Namorada Que Sonhei, Nilton César; Das Rosas, Dorival Caymmi; Um Pouco de Perfume, Judith Junqueira Vilella e Irene Gomes.
O toque de bom humor fica por conta de Feiura não é Nada, Billy Blanc, e Velho Enferrujado, Walfrido Silva e Cadê. No encerramento, Hino ao Amor, Edith Piaf e Marguerite Mannot, versão Odair Marsano; Começaria Tudo Outra Vez, Gonzaga Jr; Estão Voltando As Flores, Paulo Soledade.
“A proposta do espetáculo é fazer com que os jovens conheçam as antigas canções e os mais velhos possam reviver o encanto e a emoção das memórias dos bailes e festivais das décadas de 50 e 60. Essa é uma época que, até hoje, é considerada como os Anos Dourados e o grande ápice da música popular brasileira e internacional”, contam os Mira Haar e Carlos Moreno.
Ficha técnica:
Direção geral e design de luz- Elias Andreato |Elenco - Carlos Moreno e Mira Haar |Arranjos, teclado e direção musical - Jonatan Harold |Roteiro - Mira Haar, Carlos Moreno e Elias Andreato |Preparação vocal - Caio Ferraz |Cenários e figurinos – Mira Haar | Técnico e operador de som -Marcos Azzela |Técnico de palco e operador de luz - Antônio Oliveira | Direção de Produção – Rosangela Longhi
Florilégio Musical
Estreia: 19 de outubro – sextas, sábados e domingos às 19h
Local: Teatro Dulcina – Rua Alcindo Guanabara 17 - Cinelândia
Telefone: (21) 2240-4879
Preços: R$20
Lotação: 429 lugares
Duração: 50 minutos
Classificação: 12 anos