Depois de abrir as festividades de 30 anos em Londres, realizar temporadas em Belo Horizonte e percorrer festivais de todo país, o Galpão completa a festa balzaquiana no Rio de Janeiro, com a encenação de “Tio Vânia (aos que vierem depois de nós)”. Serão duas únicas apresentações – dias 10 e 11 de novembro, às 19h no projeto Dulcina em Cena, ocupação artística do Teatro Dulcina (Rua Alcindo Guanabara 17 – Cinelândia).
Peça escrita em 1897 por Anton Tchekhov, "Tio Vânia" tem como tema central a perda inevitável das ilusões e a consequente necessidade do homem de se reinventar e enfrentar o futuro. A montagem, que marca a maturidade, a nova fase e os 30 anos de existência do Grupo Galpão. “É uma grande alegria para o Grupo Galpão poder fechar suas comemorações de 30 anos junto com o público carioca num espaço tão nobre como o Teatro Dulcina. Que o nosso ‘Tio Vânia’ celebre esse novo encontro nosso com o Rio”, diz Eduardo Moreira, ator fundador do grupo.
Tio Vânia
Vivendo numa propriedade rural, Vânia descobre, com quase 50 anos de idade, que sempre desempenhou um papel secundário e irrelevante na vida. Essa constatação ocorre quando o professor Serebriákov, viúvo de sua irmã, deixa a cidade para viver na fazenda com sua segunda esposa, a jovem e atraente Helena. O novo morador, até então um mito para Vânia e para toda a família, acaba revelando uma identidade que ninguém conhecia, que faz com que Vânia perceba o quanto se apagou na vida, desperdiçando a oportunidade de ser feliz, Não só pela prepotência do professor, mas também pela perturbadora presença de Helena, que incendeia a imaginação de Vânia e atrai irresistivelmente o Dr. Ástrov, um médico amigo da família.
A montagem do Grupo Galpão
Desde o princípio de 2010, os atores do Galpão se envolveram na leitura de peças dos mais diferentes gêneros, épocas e procedências. Buscavam uma dramaturgia que permitisse ao grupo um mergulho radical no trabalho do ator. Ao mesmo tempo, esse texto deveria expressar as aspirações individuais e coletivas de seus componentes. Alguma coisa deveria retratar a maturidade do grupo, que completa 30 anos de existência em 2012.
Foram investigadas, entre inúmeras outras, algumas obras contemporâneas relacionadas a Tchekhov – adaptações de suas peças, abordagens de sua vida privada. Essa aproximação apontou o desejo de reler coletivamente os textos originais do grande autor russo. O grupo já havia mergulhado na obra de Tchekhov em 2008, quando foi dirigido por Enrique Diaz no processo de criação de “As três irmãs”, registrado por Eduardo Coutinho em seu documentário “Moscou”.
O convite à diretora Yara de Novaes, expoente da mesma geração teatral que identifica a maioria dos integrantes do Galpão, foi quase uma consequência natural da postura assumida pelo grupo. Pesquisadora constante e incansável da natureza e da razão de ser do teatro, Yara vem experimentando, ao longo de sua carreira como diretora, respostas a novos e velhos questionamentos que a arte cênica constantemente propõe.
SERVIÇO:
Tio Vânia (aos que vierem depois de nós): no ano em que completa 30 anos de teatro e vida, o Grupo Galpão reapresenta “Tio Vânia (aos que vierem depois de nós)”, clássico da obra de Anton Tchékhov.
Duas únicas apresentações: 10 e 11 de novembro, às 19h
Local: Teatro Dulcina – Rua Alcindo Guanabara 17 – Cinelândia. Telefone: (21) 2240-4879
Ingresso: R$20,00 | Lotação: 429 lugares
Duração: 90 minutos | Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos
Ficha técnica
Direção: Yara de Novaes | Elenco: Antonio Edson / Tio Vânia; Arildo de Barros / Serebriákov; Eduardo Moreira / Ástrov; Fernanda Vianna / Helena; Paulo André / Teléguine; Teuda Bara /Maria | Atriz convidada: Mariana Lima Muniz / Sônia | Texto: Anton Tchekhov | Tradução:Grupo Galpão | Cenografia e figurino: Márcio Medina | Iluminação: Pedro Pederneiras |Preparação corporal e assessoria de movimento cênico: Mônica Ribeiro |Trilha sonora e música original: Dr Morris | Direção vocal de texto: Babaya | Caracterização: Mona Magalhães | Assistência de Direção: Paulo André |Cenotécnica: Helvécio Izabel, Bruno Cerezoli, Elton John | Fotos: Guto Muniz | Produção executiva: Beatriz Radicchi | Direção de produção: Gilma Oliveira | Produção: Grupo Galpão