Com a mesma ousadia que sacode palcos nacionais e internacionais desde 1985, o maior festival de música e entretenimento do mundo chega ao teatro e inspira um dos maiores espetáculos originais já montados no país. Com orçamento de R$ 12 milhões,Rock in Rio – O Musical é produzido pela Aventura Entretenimento, responsável por sucessos como Hair, A Noviça Rebelde, Um violonista no telhado e O mágico de Oz.
Escrito por Rodrigo Nogueira (indicado ao Prêmio Shell por Play), dirigido por João Fonseca (de Tim Maia – O musical, que levou mais de 200 mil espectadores ao teatro) e com direção musical de Delia Fischer, o espetáculo conta uma história fictícia e lúdica, inspirada nas emoções e transformações que a música é capaz de provocar.
Como tudo começou
O musical começou a ser idealizado há cerca de dois anos, quando Luiz Calainho, sócio da Aventura Entretenimento ao lado de Aniela Jordan e Fernando Campos, recebeu um telefonema de Roberto Medina, presidente do Rock in Rio. "Quando o Roberto me falou que queria transformar a marca Rock in Rio em um musical, topei na hora. Não é fácil o desafio porque estamos tirando tudo do zero, mas, ao mesmo tempo, é incrível poder tirar tudo do zero. É emocionante não ter um ponto de partida e, de repente, ver o Rodrigo Nogueira escrevendo um texto a partir de uma história absolutamente poderosa que o Roberto criou em 1985", declara Calainho. "Este é um espetáculo teatral completo, com grandes números musicais e coreografias de impacto. O público, que já tem uma ligação afetiva com o festival Rock in Rio, vai criar uma identificação imediata com o musical", acrescenta Aniela Jordan.
Sem localização geográfica ou temporal, a trama acompanha a trajetória de superação de Sofia (Yasmin Gomlevsky, de O diário de Anne Frank) e Alef (Hugo Bonemer, de Hair). Enquanto a menina, filha do organizador do maior festival de rock do mundo, não suporta ouvir música, o rapaz, mudo depois de sofrer um trauma familiar, tem um mundo particular, que expressa justamente pela música. A peça é embalada por sucessos que marcaram diferentes edições do Rock in Rio, como Pro dia nascer feliz, de Cazuza,Freedom, do George Michael, Marvin, dos Titãs, Fear of the dark, do Iron Maiden, entre outras, em versões originais e vertidas para o português pelo próprio autor. A direção musical é de Délia Fischer, que criou novos arranjos para as canções, alinhados com a dramaturgia de cada cena.
Roberto Medina deu completa liberdade à equipe e se entusiasmou com a história original. “A coisa mais difícil de um projeto é você conseguir entregar uma experiência completa para as pessoas, e essa sempre foi a minha meta. Contratar uma banda e vender bilhetes é uma equação muito pequena. Por isso, ver o Rock in Rio ganhar vida própria é estimulante. Agora, a bola está com vocês”, incentivou.
Os desafios
Depois de levar à cena a trajetória de Tim Maia e lotar os teatros do Rio e de São Paulo, o diretor João Fonseca se entusiasmou com as novas possibilidades oferecidas pelo projeto de Rock in Rio – O musical. "Comecei a imaginar, de imediato, o incrível repertório de canções que poderia pôr em cena. Ter Queen na trilha sonora, por exemplo, é um luxo", entusiasma-se ele, responsável por levar à cena musicais como Gota d'água, Oui, oui... A França é aqui! e Era no tempo do rei. “Além disso, gosto de espetáculos que me desafiam. Começar esta montagem do zero não foi fácil, mas tivemos toda a liberdade na hora de criar, o que nos deu um imenso prazer”.
O espetáculo
A peça é dividida em dois atos. O primeiro se passa na universidade dos protagonistas e seus amigos, na casa dos jovens e em uma loja de discos. O segundo se desenrola completamente em uma edição fictícia do Rock in Rio, no gramado e nos camarins. Parceiro de João Fonseca em mais de duas dezenas de produções, Nello Marrese, em parceria com Natália Lana, é responsável pela concepção dos mais de 20 cenários, com muitas trocas ao longo da encenação. Thanara Schönardie assina as 125 peças multicoloridas que compõem o figurino e remetem ao universo da música e do show business. O tarimbado Paulo Cesar Medeiros assina a iluminação, e o coreógrafo e bailarino Alex Neoral, fundador da Focus Cia de Dança, é responsável pelas elaboradas coreografias do espetáculo.