Na próxima semana, o premiado espetáculo "O Filho Eterno", da Cia Atores de Laura, realiza as últimas apresentações da temporada gratuita do Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Nos dias 28 e 29 as sessões acontecem na Sala Multiuso do CCPJ-Rio e, no encerramento, dia 30 de maio, a peça será apresentada num espaço maior, com capacidade para 480 pessoas, no Auditório Antônio Carlos Amorim (prédio do Fórum), também no Centro.
Com direção de Daniel Herz e atuação de Charles Fricks, a montagem é uma versão para os palcos do livro homônimo de Cristovão Tezza, com adaptação de Bruno Lara Resende. A temporada integra o programa Teatro no Palácio, promovido pelo CCPJ-Rio, que apresenta curtas temporadas de espetáculos, com produções profissionais de qualidade, com o objetivo de aproximar o cidadão das artes cênicas e estimular a formação de plateia.
Com duas temporadas bem sucedidas na Zona Sul do Rio, o espetáculo "O Filho Eterno" recebeu o Prêmio Shell de Teatro na categoria "Ator" (Charles Fricks), e Márcia Rubin, responsável pela direção de movimento, ganhou na "Categoria Especial" pelo trabalho corporal realizado com os atores em "O Filho Eterno", "A lua vem da Ásia", e "Outside: um musical noir". A montagem ainda recebeu indicações aos prêmios Quem (ator); Afro Reggae (direção) e Faz Diferença do Jornal O Globo - Segundo Caderno (Teatro).
"Muito mais do que a relação de um pai que tem de lidar com o filho, que nasce com síndrome de down, a história narra as dificuldades da paternidade, o saber lidar com o fato de que você não é mais o centro do mundo. A síndrome é só uma síntese dessas inúmeras dificuldades", explica Daniel Herz, diretor da Cia e do espetáculo.
A história, que já encantou a muitos na forma literária, traz à tona emoções inesperadas na versão teatral. "O Filho Eterno" mostra a luta diária de um homem que precisa lidar com as decepções que um filho pode trazer, focando no desafio de nossas limitações, sem perder o olhar elegante. Frases de impacto e inesperadas dão o tom poético dessa trama, que coloca em cena muitas questões que pensamos, mas que jamais teríamos coragem de dizer em voz alta.
Bruno Lara Resende explica como foi a tarefa de adaptar a obra: "A intenção foi preservar a qualidade literária do texto e ser fiel ao espírito do personagem, a despeito dos inevitáveis cortes e das mínimas alterações destinados a imprimir teatralidade à narrativa. A grande dificuldade foi exatamente ter de sacrificar tanto do livro e não perder a riqueza e poesia do original".