O Centro Cultural Banco do Brasil é o grande palco da estreia de "Os Intolerantes", dia 30 de outubro. A peça faz temporada de quarta à domingo, às 19h e os ingressos custam apenas R$10.00.
“Os Intolerantes”, texto inédito de Carla Faour e Henrique Tavares, dupla responsável por espetáculos que têm se destacado na cena teatral carioca, toma como ponto de partida um fato real, ocorrido no Rio de Janeiro e amplamente noticiado nos jornais e nas TVs, para extrapolar a realidade e discutir, com humor, como a intolerância está presente no nosso cotidiano. Com direção de Henrique Tavares, cenário de José Dias, figurinos de Patricia Muniz, iluminação de Aurélio de Simoni e elenco composto por Ivone Hoffmann, Carla Faour, Celso Taddei, Day Mesquita, Eder Martins de Souza, Juliana Guimarães, Leandro Santanna e Sérgio Abreu, “Os Intolerantes” é mais um texto da nova safra de autores brasileiros, que nos últimos anos comprova a renovação da dramaturgia nacional com textos que falam da nossa sociedade, que refletem a condição humana dentro da realidade brasileira.
Um jovem acusado de roubar a bolsa de uma senhora é capturado por um morador de Copacabana. As manifestações de apoio e de repúdio à atitude do morador provocam um acalorado debate entre as pessoas que passam pelo local. Entre eles estão um casal que estava indo para uma festa, uma estudante, um ciclista e a própria senhora, vítima do roubo. Nessa atmosfera entre a realidade, o pesadelo, e o delírio, estamos num dia atípico no Rio de Janeiro. Uma manifestação paralisa a cidade. A polícia foi toda deslocada para a área do conflito. O trânsito caótico deixa os personagens à deriva: “náufragos urbanos”. Perdidos numa Copacabana isolada, entregues à própria sorte. Eles se acusam mutuamente, à espera da polícia que nunca chega. O tempo passa e eles têm que decidir sobre o destino de um garoto preso a um poste. “Tenho a sensação de que estamos aqui à séculos”, diz um dos personagens, numa referência ao acúmulo dos vários tipos de intolerâncias e preconceitos ao longo dos tempos.
“No Brasil e no mundo, a convivência entre pessoas de diferentes culturas, classes sociais, etnias, credos e opções sexuais, está na pauta das discussões que norteiam as relações comportamentais de nossa época. A peça lança, através do humor, uma lente de aumento sobre os personagens, a situação absurda, a cidade e o próprio país”, comenta a autora Carla Faour. “Estamos numa cidade-paraíso à beira do caos e acompanhamos personagens que escapam à nossa compreensão. O público torna-se testemunha de uma cena tão inverossímil quanto assustadora, cotidiana e risível. O espetáculo se equilibra sobre esta linha tênue, entre a perplexidade e o delírio”, completa o diretor Henrique Tavares.