Escrita por Maurício Guilherme e com a direção de Victor Garcia Peralta, responsável por grandes sucessos dos palcos nos últimos anos como “Quem tem medo de Virgínia Woolf?”, “Uma Relação Pornográfica”, “Sexo, Drogas e Rock n’ roll”, “Os homens são de Marte e é pra lá que eu vou”, entre outros; “Noite Infeliz – A Comédia Musical das Maldades” conta com um elenco formado por Érico Brás, Mariana Santos, Maria Bia, Rodrigo Fagundes e ainda Françoise Forton que participa como atriz convidada. Com um elenco de comediantes, o espetáculo que estreia dia 08/01 no Teatro dos Quatro, satiriza as maldades humanas passadas a limpo através da ótica irreverente de uma revista musical moderna. “Sou eclético na hora de dirigir e escolher os projetos. Pra mim está sendo divertido, é como fazer uma revista hoje”, revela Victor que é argentino e realiza sua primeira direção de musical no Brasil com “Noite Infeliz – A Comédia Musical das Maldades”.
A peça que utiliza o gênero das revistas musicais e do teatro de variedades como influência, porém de uma forma nova e moderna, apresenta a saga de um antigo produtor de espetáculos de variedades, Fausto Carrera, na sua tentativa vã de transpor as barreiras burocráticas de uma grande e misteriosa corporação. Enquanto aguarda sua quase impossível entrevista naquela empresa, a comédia se desenrola.
Estruturada em 15 quadros, a cada nova fase trazida pelas lembranças da personagem central, momentos cruciais vividos da infância à maturidade, os gêneros diversos da comédia são apresentados no palco numa verdadeira “revista de estilos”. A comédia popular, a alta comédia, a comédia de costumes, a chanchada, a comédia nonsense, entre outros, são apresentadas pelo roteiro. “É um revista de gêneros com números musicais, um exercício de estilos. Estou brincando com cada quadro, me divertindo com isso. Tem drama, melodrama, cinema mudo (no que diz respeito à estética) e muito mais”, explica o diretor complementado pelo idealizador e produtor do projeto, Rodrigo Velloni, que renova a sua bem sucedida parceria com o autor Maurício Guilherme, “Reeditar nesta montagem a parceria de sucesso com o Maurício, significa a valorização da dramaturgia contemporânea numa homenagem ao estilo que deu cores a comédia brasileira”. Os dois trabalharam juntos em “Atreva-se”, dirigida por Jô Soares, que está há 3 anos em cartaz com apresentações por mais de 25 cidades.
A Revista Musical e o Teatro de Variedades estiveram intimamente ligados ao gosto do público brasileiro, especialmente na primeira metade do século XX. Aos poucos porém, o gênero foi desintegrando-se até sumir completamente dos palcos nacionais. “Noite Infeliz, a Comédia Musical das Maldades” não pretende resgatar de forma literal esses gêneros ou recriá-los com precisão histórica. “A criação do projeto se deu mais pela tentativa de reinventar estes mesmos gêneros para plateias contemporâneas. Em outras palavras, a ideia é criar uma revista moderna, um teatro de variedades atual. Um que fotografe, mais do que a sua época, como era comum em tempos antigos, a alma humana”, esclarece Velloni.
O texto que não está localizado em nenhuma época específica, invoca as décadas de 40 e 50 - era de ouro das revistas brasileiras - através da direção de arte, figurinos e objetos de cena. O espetáculo, que tem a direção musical de Paula Leal e coreografias de Sueli Guerra, conta também com diversas pequenas intervenções musicais e com 8 números musicais coreografados que vão de marchinhas de carnaval ao jazz, todos cantados ao vivo pelos atores. A música no espetáculo é usada como conexão entre as cenas e como ferramenta que reforça a linguagem e a estética do teatro de revista e da comédia.
Com projeções assinadas por Rico Vilarouca e Renato Vilarouca, “Noite Infeliz – A Comédia Musical das Maldades” terá praticamente todo o cenário projetado, onde os atores também interagem com o vídeo. “São ao todo cerca de 50 inserções de vídeo. Uma projeção para cada quadro, mas alguns terão também sub-quadros. Estamos trabalhando com um tipo de tela que nos dá a possibilidade de projetar na frente e atrás, então acontece uma imersão entre atores e telas”, explica Vilarouca.
Completam a ficha técnica Maneco Quinderé, responsável pela iluminação, e Antonio Guedes que assina os figurinos.