"Nâo sobre Rouxinóis" abre Sala Paulo Pontes no Rio
Montagem do texto é inédita no Brasil
O Rio de Janeiro ganha mais um palco, com a montagem de “Não sobre rouxinóis”, uma peça de Tennessee Williams (1911-1983) inédita no Brasil. A peça abre a Sala Paulo Pontes, do Theatro Net Rio, em Copacabana, e fica em cartaz até 2 de julho, às segundas, quintas, sextas e sábados, às 19h, e aos domingos, às 18h. Escrita na juventude, ela celebra a liberdade e fala de injustiças sociais, com as primeiras indicações do realismo psicológico que tornaria o autor famoso. O drama dos personagens é construído a partir da história real de uma rebelião de presos, nos EUA na década de 1930.
A montagem tem direção de João Fonseca e Viniciús Arneiro, com tradução de Eduardo Rieche, que idealizou o projeto e está no elenco de 12, ao lado de Thelmo Fernandes, Bruno Ferrari, Júlia Marini, Adriana Maia, Éber Inácio, Alexandre Mofati, Cleiton Rasga, Sérgio Ricardo Loureiro, Alex Nader, Nilvan Santos e César Amorim, além de Eduardo Rieche. Os cenários são de Nello Marrese e Natália Lana; o figurino de Mauro Leite e a iluminação de Dani Sanchez. A realização do projeto é de Alessandra Reis 27 Produções Artísticas, com patrocínio da Eletrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura.
“Not about nightingales” foi escrita pelo dramaturgo norte-americano em 1938, aos 27 anos, quandoThomas Williams passou a adotar o pseudônimo Tennessee. A crítica ao sistema, nos EUA pós-depressão econômica de 1929, e a simpatia pelos personagens outsiders talvez expliquem a falta de encenações profissionais da peça. O texto foi montado pela primeira vez em 1998, em Londres, produzido pela atriz Vanessa Redgrave. O trabalho estreou na Broadway no ano seguinte. Agora, a montagem brasileira celebra o centenário de Williams.
O título da peça é inspirado no poema “Ode a um rouxinol”, de John Keats. O texto de Williams foi escrito para a disciplina Produção Dramática Experimental, na Universidade de Iowa, como um “docudrama”. “Nunca escrevi nada que pudesse competir com essa peça em termos de violência e horror”, disse Tennessee Williams, anos depois de conhecer o sucesso com “Um bonde chamado desejo”, “Zoológico de vidro”e “Gata em telhado de zinco quente”. Williams escreveu cerca de cem peças, entre textos curtos, médios e longos – a maior parte desconhecidado público brasileiro.