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"Próxima Parada" chega ao Galpão Gamboa

Espetáculo é inspirado em textos e biografias dos dramaturgos José Vicente e Antonio Bivar

 

Dois autores de destaque nos anos 70. Jovens autores premiados que deixaram voluntariamente o país durante a ditadura militar e que foram representantes do movimento da contracultura. Esse é o ponto de partida da peça "Próxima Parada", que terá no Teatro Galpão Gamboa, nos dias 18 e 19/04 (sábado e domingo).

Fruto de uma pesquisa em torno de textos teatrais, biografias e outras obras dos dramaturgos José Vicente (1945-2007) e Antonio Bivar, a montagem tem direção de Cesar Augusto, integrante da Cia dos Atores.

No ano em que o Brasil comemora 30 anos do fim do regime militar, o ineditismo do projeto "Próxima Parada" vem do foco no percurso de ambos os autores e de personagens de suas obras, entrelaçando histórias reais e ficcionais, dados históricos e políticos, e depoimentos recolhidos através das cartas que José Vicente e Antonio Bivar trocaram ao longo de anos de amizade e de viagens feitas pela Europa e América Latina, atingindo a dramaturgia, a interpretação, a cenografia e demais elementos cênicos.

O projeto "Próxima Parada" nasceu em 2013, durante ateliê realizado no Centro Cultural Calouste Goulbenkian, ministrado por Cesar Augusto e Marcelo Valle, ambos membros fundadores da Cia dos Atores. Em seguida, durante oficina no Teatro Ipanema, foram pesquisadas as obras "Hoje é dia de rock", de José Vicente, que teve montagem histórica neste mesmo teatro, e "Verdes vales do fim do mundo", de Bivar. E, por fim, no Espaço SESC , teve continuidade a pesquisa por técnicas e experimentos voltados para o desenvolvimento do trabalho autoral dos atores. A peça teve sua estreia em janeiro deste ano, no Espaço Sesc.

A peça integra a programação do Gamboavista. Com curadoria do ator e diretor Cesar Augusto e direção artística de Marco Nanini e Fernando Libonati, a 4ª edição do projeto vai até o dia 10 de maio e conta com espetáculos teatrais (adultos e infantis) e shows.

Sobre os autores

Apesar de José Vicente e Antonio Bivar não serem naturais do Rio de Janeiro, suas peças tiveram grande destaque nos palcos cariocas. "Hoje é dia de rock", de José Vicente, sob a direção de Rubens Corrêa, foi um marco no Teatro Ipanema entre os anos de 1971 e 1973. Já "Longe daqui, aqui mesmo", de Bivar, teve grande repercussão com a direção de Antonio Abujamra no Teatro Opiniao, também em 1971.

Do ponto de vista da encenação, as montagens dos autores primaram pela experimentação e pelo bom acabamento dos espetáculos, por vezes assimilando o contexto econômico, político e social, por outras resistindo a ele, mas sempre com valor artístico reconhecido por público e crítica.

Antonio Bivar

Nascido em São Paulo em 1939, Antonio Bivar inicia sua carreira no teatro O Tablado, no Rio de Janeiro, formando-se como ator no Conservatório Nacional de Teatro. Em 1967, monta sua primeira peça em parceria com Carlos Carlos Aquino, "Simone de Beauvoir pare de fumar, siga o exemplo de Gildinha Saraiva e comece a trabalhar". Em 1968, apresenta "Cordélia Brasil", texto que lhe valeu o prêmio Moliére de melhor autor. No mesmo ano, estreia "Abre a janela e deixa entrar o ar puro e o sol da manhã", sob a direção de Fauzi Arap. No último ano da década de 60, estreia "O Cão Siamês ou Alzira Power". Por essas três peças, recebe os mais importantes prêmios teatrais no Rio de Janeiro e São Paulo.

Já no início da década de 70, passa uma temporada no Reino Unido e em Nova York, onde entra em contato com a contracultura, as comunidades hippies e a musica pop. Participa intensamente da agitação inovadora dos movimentos de contracultura dos anos 60, 70 e começo dos 80. Foi organizador do mais importante festival de música punk realizado no Brasil nos dias 27 e 28 de novembro de 1982 no Sesc Pompéia (SP), que contou com a participação de bandas punks que fizeram história no cenário nacional e internacional.

José Vicente

José Vicente de Paula é nascido na pequena cidade de Alpinópolis (MG) em 1945. É considerado dramaturgo síntese dos anos 70, retratando a rebeldia e poesia intrínsecas à geração da contracultura. Após o curso de seminarista, chega a São Paulo, formando-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Em 1967, escreve sua primeira peça, "Santidade", censurada e considerada pelo marechal Costa e Silva "o exemplo de espetáculo que jamais seria encenado no país". Com a montagem de "O Assalto", em 1969 no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro, seu nome ganha projeção ao lado de outros autores da época como Leilah Assumpção, Isabel Câmara, Consuelo de Castro e Antonio Bivar. Pelo texto de "O Assalto", José Vicenter recebe os prêmios Molière, Golfinho de Ouro e da Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT).

Em 1971, chega à cena "Hoje é dia de rock", também no Teatro Ipanema, que ficou em cartaz por dois anos com lotação esgotada. No texto, José Vicente faz uma espécie de autobiografia lírica. No estilo do realismo fantástico de Gabriel García Márquez, fala de uma terra paradisíaca e da desagregação da comunidade que lá vivia, trazendo ecos de sua própria infância. O texto lhe propicia o segundo Moliére. Em 1997, Fauzi Arap retoma o antigo projeto de encenar "Santidade", que, além da boa repercussão da crítica, tem o mérito de trazer de volta a poética desse dramaturgo que há muito não voltava à cena. José Vicente volta a ser prestigiado com os principais prêmios do ano.

Convertido ao cristianismo, José Vicente acaba se afastando do cenário teatral e publica sua autobiografia, "Os reis da terra", em 1982. José Vicente vem a falecer no dia 22 de setembro de 2007, vitima de um ataque cardíaco fulminante enquanto dormia.

Ficha técnica
A partir dos textos e biografias de Antonio Bivar e José Vicente.
Com a colaboração e atuação de:
André Rosa/ Breno Motta/ Dani Cavanellas/ Danilo Rosa/ Felipe Frazão/ Flavia Coutinho/ Haroldo Costa Ferrari/ Rômulo Chindelar/ Sarah Lessa/ Victor Albuquerque
Direção: Cesar Augusto
Assistência de direção: Priscila Vidca
Figurino: Antonio Guedes
Trilha sonora: Rodrigo Marçal
Produção: Carol Kern
Realização: Treco Produções

Serviço:
Datas: 18 e 19 de abril
Horário: sábado, às 21h, e domingo, às 20h
Local: Galpão Gamboa - Teatro
Capacidade: 80 lugares
Classificação: 16 anos
Duração: 70 minutos
Endereço: Rua da Gamboa, 279 - Centro - RJ
Telefone: (21) 2516-5929
Ingressos: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia) /R$ 5 (para moradores dos bairros da Zona Portuária, apresentando comprovante de residência)
Vendas de ingressos:
- No Galpão: Terça a quinta: das 14h às 19h (Nos dias de espetáculo a bilheteria funciona das 14h até a abertura da sala ou até esgotarem os ingressos)

ASSESSORIA DE IMPRENSA:
RPM Comunicação
Érica Avelar - erica@rpmcom.com.br - (21) 3478-7437 / 9 8272-2337
Marina Avellar - marina@rpmcom.com.br - (21) 3478-7414/ 9 8272-2335   




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