Luciano Chirolli estreia Memórias de Adriano em Copacabana
Com direção de Inez Viana, adaptação do romance homônimo de Marguerite Yourcenar ganha sua primeira montagem no Brasil
Publicado pela primeira vez na França em 1951, o romance
Memórias de Adriano, obra-prima da autora Marguerite Yourcenar, ganha sua primeira montagem brasileira. Escrito em primeira pessoa e em formato de uma carta, o texto apresenta uma autobiografia imaginária do imperador Adriano.
Com adaptação de Tereza Falcão e direção de Inez Viana, o monólogo Memórias de Adriano traz o ator Luciano Chirolli no papel do imperador romano. A peça chega ao Rio no dia 15 de abril, na Sala Multiuso do Espaço Sesc.
Memórias de Adriano estreou no início deste ano no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista. O espetáculo narra a trajetória de Adriano (76 d.C 138 d.C) e suas reflexões sobre a vida, o amor, a amizade, o poder, a guerra e o dinheiro. Ciente da proximidade de sua morte, o imperador decide escrever uma carta ao filho adotivo e futuro imperador Marco Aurélio, prometendo-lhe contar a sua história e prepará-lo para ser um bom governante e para lançar, pela última vez, um olhar sobre si.
Com uma trajetória de sucesso no teatro, na TV e no cinema, Luciano Chirolli completa 30 anos de carreira em 2016. “Memórias de Adriano” é o seu primeiro monólogo. “É a história de um homem que passou por muitos fracassos e rejuvenesce ao se apaixonar por um jovem”, conta o ator. “A gente transpôs para o presente o que esse personagem poderia contribuir para os dias atuais. Ele era um adepto da paz. Ele se preocupava com a humanidade”, explica Inez Viana.
A ideia do projeto surgiu em 2013, quando o ator Felipe Lima conheceu o livro “Memórias de Adriano” por indicação de um amigo. Arrebatado pelo texto, procurou a editora Gallimard para comprar os direitos. Como idealizador, Felipe vem desenvolvendo projetos de destaque nas artes cênicas, como a releitura moderna de Romeu e Julieta em R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida, o infantojuvenil Mas por quê – A história de Elvis e Cock – Briga de galo, do cultuado Mike Bartlett – este último trabalho iniciou a parceria com Inez Viana.
Um dos principais desafios do projeto era chegar a uma montagem própria. “Como reduzir 359 páginas de um romance clássico escrito em 1950 e transformar em teatro?”, lembra Felipe. “Tereza Falcão conseguiu pegar o cerne do livro e fazer uma belíssima adaptação”, destaca o idealizador. “Ela privilegiou a essência do personagem Adriano, o homem. Todo o pano de fundo da época é bem diferente do atual, mas o sentimento é igual”, complementa a diretora.
Por Alessandro Moura