A história do teatro europeu começa na Grécia, mais precisamente em Atenas, quando os homens estavam profundamente ligados aos deuses e os deuses aos homens. Eram rituais de sacrifício, danças e cultos. Era possível ver grandes festividades em homenagem ao deus do vinho, Dionisio. O deus do vinho, procriação, da vida, da vegetação e do crescimento. Rituais da prensagem do vinho e festas das flores eram dedicadas a ele. Vale ressaltar as grandes orgias feitas em honra a Dionisio. Quando estes ritmos se desenvolveram o grande resultado foi a tragédia e a comédia. Dionisio se tornaria então o deus do teatro.
O teatro nunca teve tamanha importância como na Grêcia. A multidão reunida não era meramente público...e sim participantes.
Para honrar os deuses o povo se reunia no grande semicírculo do teatro. O coro rodeava a orquestra com cantos rimados. Duas correntes ajudaram no nascimento da tragédia. Uma é o legendário menestrel e a outra vem dos ritos de fertilidade dos sátiros dançantes.
Logo nasceram também as Grandes Dionisiacas graças ao tirano de Atenas Psítrato. Assim em março de 534 a C, chega em Atenas o ator Téspis. O ator teve uma ideia que o colocaria na história. O mesmo se colocou a parte do coro, como um solista e assim surge o papel de respondedor, o que mais tarde chamaríamos de “ator”. Essa nova função se desenvolveria ainda mais na tragédia.
Entre a primeira apresentação de Téspis e o primeiro êxito teatral de Esquilo, passaram sessenta anos. Isso se deve ao fato de grandes disputas e mudanças políticas. Passado este período as tragédias se tornaram competitivas nas Dionisíacas. Ampliando a mudança feita por Téspis, Frínico de Atenas acrescentou ainda duas mascaras: uma feminina e uma masculina. A partir daí o ator passaria também a ter trocas de figurino, além de várias entradas e saídas. Depois da declamação para ação foi um pulo... Quando me refiro a Ésquilo não devo esquecer de dizer que é graças a ele que existiu um padrão de tragédia grega antiga que seria recorrida no futuro.
Os componentes dramáticos da tragédia arcaica eram um prólogo que explicava a história prévia, um cântico que explicava a entrada do coro, o relato dos mensageiros e o lamento das vitimas. Ésquilo se consagrou com o prêmio pela tragédia “Os Persas”.
Quatro anos depois Ésquilo perdeu nas Dionisiacas para um rapaz 30 anos mais jovem. Se tratava de Sófocles. O poeta ganhou dezoito prêmios dramáticos. Dos 123 dramas que escreveu, conhecemos até hoje 111 títulos.
Com Eurípedes teve inicio o teatro psicológico do Ocidente. Os homens passaram a ser representados pelo que deveriam ser rebaixando a providência divina ao poder do acaso.
Ao contrário da tragédia a comédia grega tem dois pontos culminates. O primeiro com Aristófanes e o segundo com Menandro.
Platão acreditava que o mesmo homem era capaz de escrever tragédias e comédias. A origem no entanto se deu nas cerimônias fálicas e canções de sua época ainda comuns nas cidades. A palavra come´dia é derivada dos Komos. Orgias noturnas quando cavahleiros da sociedade se despojavam de toda sua dignidade em nome de Dionisio. Ali saciavam toda sua sede de bebida, dança e amor. Ali começou a se celebrar um tipo de carnaval com palhaçada grosseira e humor silencioso. Logo mais os Komos se uniram aos truões e comediantes dóricos, com falos enormes e barrigas falsas, mestres da farsa improvisada.
Da Comédia Antiga apenas sobreviveram os trabalhos de Aristófanes, que se inspiram na vida de Atenas e que se caracterizam pela crítica aos governantes (Os Cavaleiros, Os Acarnenses), à educação dos sofistas (As Nuvens) e à guerra (Lisístrata). Um dos políticos mais criticados por Aristófanes foi Cléon, que teria levado Aristófanes aos tribunais por se sentir ofendido.
Nem Comédia Média, nem a hilarotrágica, apresentaram qualquer inovação cênica. Ambas parecem ter utilizado o pavimento superior do edifício cênico (episkenion), como concessões à conveniência. Em suas máscaras amortecem o grotesco, e trazem consigo a primeira pincelada do sentimental. A comédia agora era retirada das alturas da sátira política para o menos arriscado campo da vida cotidiana. Em vez de Deuses, generais, filósofos e de chefes de governo, passava a satirizar os pequenos funcionários vaidosos, cidadãos bem de vida, peixeiros, cortesãs famosas, alcoviteiros etc.
A Comédia Nova desenvolveu-se a partir da morte de Alexandre Magno e teve em Menandro um de seus representantes. A preferência dos temas girava em torno de identidades falsas, intrigas familiares e amorosas.