Debate sobre a peça “TOM NA FAZENDA”, com o ator ARMANDO BABAIOFF, o diretor RODRIGO PORTELLA e a editora ISABEL DIEGUES
27 de janeiro (sábado), após o espetáculo no Teatro Dulcina
No próximo sábado, 27 de janeiro, haverá um debate com o ator Armando Babaioff e o diretor Rodrigo Portela sobre o espetáculo “Tom na Fazenda”. O bate-papo, aberto às perguntas do público, acontecerá a partir das 21h, logo após a apresentação da peça no Teatro Dulcina. À dupla, se juntará a gestora da Cobogó Editora, Isabel Diegues, que acaba de lançar o livro do espetáculo, escrito pelo autor canadense Michel Marc Bouchard com tradução de Babaioff.
Uma das montagens mais aplaudidas de 2017 e indicada em 39 categorias dos principais prêmios de artes cênicas, “Tom na Fazenda” encerra sua quarta temporada no domingo (28 de janeiro). Dirigida por Rodrigo Portella, a peça traz no elenco Camila Nhary, Gustavo Vaz e Kelzy Ecard, além do próprio Armando Babaioff, que também idealizou e produziu a peça. Na história, após a morte do seu companheiro, o publicitário Tom (Armando Babaioff) vai à fazenda da família para o funeral. Ao chegar, ele descobre que a sogra (Kelzy Ecard) nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay. Nesse ambiente rural austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo truculento irmão (Gustavo Vaz) do falecido, estabelecendo com aquela família relações de complicada dependência. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso, onde quanto mais os personagens se aproximam, maior a sombra de suas contradições.
“Somos felizardos em poder contar essa história e gratos à trajetória que a peça está realizando sem qualquer recurso vindo de leis de incentivo. Estreamos em março de 2017 no Oi Futuro, com patrocínio da Oi, mas findada a temporada, ficamos sem apoio. A nossa grata surpresa foi o Teatro SESI Centro, que foi ousado em nos convidar para ficar em cartaz numa sala com mais de 300 lugares e, para nosso espanto, sempre esteve lotada. Tivemos fôlego ainda para uma temporada de outubro a dezembro no Poeirinha, com ingressos esgotados”, comemora Babaioff. “Manter o espetáculo em cartaz enquanto tiver público para nos assistir se tornou uma regra. Temos que resistir neste tempo em que a cultura é atacada de uma forma muito covarde e cruel”, completa.
A peça conta uma história bastante comum entre jovens de várias gerações, mesmo de culturas diferentes. No Canadá, no Brasil, no Oriente Médio, no Japão ou na África do Sul, homens e mulheres jovens aprendem a mentir antes mesmo de aprenderem a amar. As famílias, guardiãs das normas sobre a sexualidade, garantindo sempre a heteronormatividade, inserem nos próprios membros a semente da homofobia.
“Todo redemoinho que devastará a vida dos que fogem das normas surge no núcleo de suas próprias famílias", comenta Rodrigo Portella, que opta, mais uma vez por uma encenação com poucos elementos para que as sutilezas das relações propostas pelo texto se sobressaiam. "Bouchard compôs uma obra de estrutura impecável. Ele vai fundo nas contradições dos seus personagens, o que os torna muito próximos de nós", acredita o diretor.