CRÍTICA | Doidas e Santas

Doidas e Santas

 

Humor e reflexão

 

Uma mulher prestes há completar 50 anos divide com o público seus anseios, desejos, dúvidas e amores.  Beatriz se senta no divã, compartilha, reflete, chora e ri em uma comédia inteligente e suave. A plateia escuta, espia por entre as paredes da casa de nossa personagem e o resultado é catártico.

 

O texto de Regiana Antonini é baseado na obra de Martha Medeiros. No tom certo o humor aparece junto a doses homeopáticas de reflexão. O desabafo de Beatriz (Cissa Guimarães) vai conquistando o público. A atriz conhecida pela bela voz domina a cena e surpreende a cada instante com uma personagem bem elaborada e amarrada.

 

Giuseppe Oristânio brilha em cena com o típico marido que vive regado a futebol e cerveja. Sem recorrer a estereótipos, o ator torna “Orlando” crível e é possível ver a identificação de muitos casais na plateia. O personagem vai se alterando até o fim da peça, mas sem perder a essência truculenta.

 

Josie Antello teve uma missão um pouco mais complexa. A atriz vive três personagens na montagem: “A mãe”, “A Irmã” e” A Filha” de Beatriz. Josie que tem um reconhecido trabalho de humor fez um trabalho de construção diferente dos outros atores e busca mais referencias em “tipos”. O talento da atriz é indiscutível e provoca muitas gargalhadas com um simples olhar ou balançar de pés. No entanto vale ressaltar que Josie ficou perdida com a construção de corpo e até timbre vocal, confundindo algumas entradas e saídas. Foi possível vê-la entrando com o mesmo corpo de “Mãe” enquanto estava na cena de “Filha”. Cuidados que fazem a diferença no trabalho de concepção da atriz.

 

A direção de Ernesto Piccolo optou por trabalhar com quebras de quarta parede inserindo o público no espetáculo. A plateia participa de cada um dos dilemas e sofre junto com Beatriz. No conceito iluminação, Piccolo acerta mais uma vez brilhando nas transições de emoção com cores e tons. O cenário é completamente ligado com a luz e se torna usual e extremamente visual. Pequenas mudanças de objetos cênicos refletem grandes diferenças na vida da personagem. Nada está ali por acaso e tudo tem significado.

 

O figurino está na medida tendo trabalho muito bem a cartela de cores de cada personagem. Apropriado e sem ser exagerado às peças ajudam a compor as personagens e agregam valores.

 

A montagem que completou dois anos no último mês de abril merece ficar ainda muitos outros em cartaz, ser vista e apreciada pela classe e pelo público, aplaudida e revisitada por doidas ou por santas.

 

* Independente das críticas profissionais, sugerimos que assista aos espetáculos e faça suas próprias críticas.
* Acesse a página do espetáculo e veja também a opinião do público geral nos comentários.

 

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