Eu acredito em fadas...acredito...acredito
As aventuras do menino que não queria crescer ainda instigam o imaginário infantil. Mesmo na era da internet, do vídeo game e celulares com tecnologia avançada a criançada se entrega a uma história que parece estar sempre começando.
Em temporada no Teatro Vanucci, Peter Pan- O Musical surpreende pela direção e opção cênica. O espetáculo é feito por atores e não por efeitos. A plateia fica presa na história e o reflexo é a torcida verdadeira pela vitória de Peter.
Roberto Resende faz uma direção limpa e com movimentação cênica que auxilia o contar da história. Sua opção integra perfeitamente a criançada com o elenco. O resultado é uma peça interativa e sem barrigas.
O cenário está casando com o contexto e não compromete. Objetos cênicos completam a “Terra do Nunca” e auxiliam na viagem das crianças. O figurino está na medida e traz uma releitura do infantil original.
O elenco está afinado com o texto e canções. Jovens atores brilham em cena com a composição de personagens e improvisos inteligentes. Aplausos para André Rayol que dá vida ao Capitão Gancho. O ator é dono de uma voz inconfundível e figura conhecida do cenário musical. Sem criticar o personagem Rayol cria um “Gancho” com bipolaridade. Ao sair do teatro pensei:- Quantos “Ganchos” eu já não conheci ou trabalhei?
A única ressalva da montagem é de fato a iluminação. Apesar de se perceber o desenho de um mapa de luz bem elaborado existem falhas claras com a operação técnica. O operador compromete nas trocas de cena, entradas e saídas.
Peter Pan- O Musical é para ser visto não apenas pelas crianças, mas pelos pais que já foram obrigados a crescer, casar e conheceram sua Wendy ou seu Peter. Eu acredito em fadas, acredito... acredito...