CRÍTICA | Arte

Arte

 


Texto vai muito além da comédia e causa reflexão sobre amizade masculina e arte

 

Uma tela em branco, assim me vi diante o computador para escrever a crítica de “Arte”. Logo me coloquei a pensar em quais seriam as palavras que juntas iriam dar sentido a este texto que fala de um espetáculo que causa reflexão sobre amizade e arte. Não demora muito e as palavras começam a saltar da mente na lembrança recente da peça da francesa Yasmina Reza.

 

No elenco Marcelo Flores, Vladimir Brichta e Claudio Gabriel discutem os graus de relação da amizade masculina. Uma tela com um custo absurdo é adquirido por um dos amigos. Com os instintos aflorados o universo dos amigos vai sendo criado, cada um apresentado com muito humor. A tela em questão seria de um pintor conhecido, o valor R$200 mil e o quadro: em branco. Se a autora gostaria de criar apenas um pretexto para discutir a amizade masculina ela conseguiu ir além e discutir também o que é arte em tempos onde tudo o que se produz é considerado forma artística. A discussão se instala. Como apontar se isso ou aquilo é arte? Apenas por uma assinatura? Ou pelo valor a ser pago pela obra? O texto explora a questão com inteligência e com o humor ou mal humor dos amigos em questão.

 

Os atores que já estão em cena não utilizam coxias e ali permanecem desde o inicio do espetáculo. Os sinais para dar inicio ao espetáculo são dados pelo elenco. É interessante a quebra de expectativa que se tem na convenção teatral. Não existe cortina ou mistério, tudo já é desvelado pela direção de Emilio de Mello. O elenco está afinado e brinca em cena com propriedade. Aplausos para Marcelo Flores, Vladimir Brichta e Claudio Gabriel.

 

A cenografia é usual e os próprios atores fazem o montar e desmontar de ambientes para entrada e saída de cenas. Telas brancas no fundo valorizam o cenário que ganha tom interativo e multimídia com projeções e iluminação. Vale ressaltar que a luz dá o toque e a medida das cenas. Um trabalho primoroso de encher os olhos.

 

O figurino da montagem trabalha com a cartela de cores de cada personagem, tudo em perfeito equilíbrio com os pontos de atenção devidos. Isso sem perder o formato contemporâneo necessário.

 

“Arte” é de fato um espetáculo para ser visto, refletido e aplaudido de pé!

 

* Independente das críticas profissionais, sugerimos que assista aos espetáculos e faça suas próprias críticas.
* Acesse a página do espetáculo e veja também a opinião do público geral nos comentários.

 

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