Octávio Mendes brilha com humor peculiar e personagens inusitadas
A noite chuvosa não atrapalhou o público que marcou presença no Teatro das Artes para conferir um espetáculo inédito na capital Fluminense, “Irmã Selma e Seu Terço Insano”. A comédia, escrita e dirigida por Otávio Mendes, traz personagens como: Mônica Goldstein, a apresentadora de um programa sensacionalista, Walmir, um ex-gay, a cantora Xanaína, Maria Botânica, uma atriz e cantora, além da Irmã Selma, uma freira humorista.
O espetáculo traz um mix de personagens que arrancaram gargalhadas do público paulista durante a participação de Octávio Mendes no famoso “Terça Insana”. O humorista trabalha com a mesma base de maquiagem e vai trocando seus adereços de cena e figurinos durante a execução da peça. Octávio consegue conquistar o público logo em sua entrada com Walmir, o ex-gay. O humorista tem um ritmo e um tempo de humor muito diferente do habitual em stand-ups e espetáculos de quadros. Octávio Mendes trabalha com pausas e utiliza a comédia também no silêncio. Sua forma particular de fazer rir gera um clima de suspense em todo o teatro, que participa de cada quadro. A plateia se mostra extremamente a vontade com o desenrolar das personagens e participa: Grita, brinca e também sobe no palco.
O que mais me chama atenção na montagem, além da fabulosa concepção dos personagens e textos criativos é a solução dada para as entre cenas. A direção de Otávio Mendes busca apoio na narração em off e recursos como um pequeno teatro de bonecos com suas personagens se apresentando ali como fantoches.
A iluminação colabora com o trabalho do ator em todos os pontos e a sonoplastia ajuda nas passagens entre uma cena e outra com maestria, concedendo mais ritmo para o espetáculo. A caracterização das personagens ajuda na apresentação das mesmas e tudo em cena tem utilidade, nada está ali por acaso.
A direção de Octávio Mendes tem uma proposta interessante para este tipo de montagem, não beira o escracho e trabalha os pontos positivos do ator, no entanto optar por uma direção de cena deixaria o espetáculo ainda mais amarrado.
Octávio Mendes e suas tantas personagens merecem ser prestigiados e aplaudidos pelo público carioca. O Rio No Teatro indica!