Uma homenagem a nossa eterna chanchada encanta os apreciadores do humor
Com um texto quase autobiográfico, Artur Xexéo trabalha com uma metalinguagem interessante e divertida.
“Zé Trindade: A última chanchada em cartaz no Centro Cultural dos Correios traz uma simples e bonita homenagem ao uns dos maiores humorista da nossa cultura.
Zé era Baixinho, gordinho, o bigode fininho marcando um rosto safado, cria as frases "Meu negócio é mulher" e "Mulheres, cheguei". Ninguém melhor do que ele fez o tipo do malandro. Participou pouco de televisão, mas chegou a atuar com Chico Anysio, participou na Rede Globo da novela Feijão Maravilha (1980), do programa humorístico Balança, mas não cai(1982), e da minissérie Memórias De Um Gigolô (1986).
Gravou 25 discos de música nordestina, com trovas e pensamentos.”
O espetáculo começa no ano de 2008 em uma criativa narrativa fictícia do encontro do protagonista Zé Trindade com a sua parceira de cena Dercy Gonçalves no céu ou no "Paraíso". Respectivamente interpretado pelo gênio e jovem ator Paulo Mathias Junior que imprime em sua personagem uma expressão corporal inacreditável. Já Alice Borges, demorei um pouco para acreditar que era realmente a atriz que estava fazendo o papel da nossa querida Dercy. Belo trabalho de corpo e de voz.
Nomes do humor nacional como Rodrigo Fagundes e Helga Nemeckzy fazem um contra ponto bem gostoso de assistir. E destaque para Rodrigo Nogueira que interpreta um alter ego de Artur Xexéo. Ainda no elenco Alexandre Pinheiro, Luisa Viotti e Nêga.
A direção de João Fonseca permite que o elenco tenha grande liberdade em cena e transmite ao público um tom de improviso.
O cenário simples de Teca Fichinski parece remeter o conceito das antigas chanchadas. Esteticamente cumpre o seu papel sem muita parafernália dos grandes musicais. A luz assinada por Dani Sanches é correta, porem não muito criativa.
Gostaria de ressaltar a importância do idealizador Eduardo Barata que nos últimos anos tem realizado projetos sobre grandes humoristas da nossa cultura quase que esquecidos.
“Zé Trindade: A última chanchada” é um belo trabalho que merece ser apreciado por todos que são amantes do nosso verdadeiro teatro nacional.
Crítica de Rodrigo Medeiros