Uma temporada curta, porém com direito a casa cheia, aplausos, risos e muita emoção. “O Rapto do Papai Noel” é um daqueles espetáculos que chegam e te conquistam do início ao fim. Poderia dizer que é mais um musical infantil com tema natalino e que o texto é despretensioso, se o mesmo não abusasse da reflexão.
A grande proposta é reviver o espirito do Natal e da família. Em tempos de consumismo, onde o outro é avaliado pelo poder de compra, Anderson Oliveira quer dizer mais. Valores importantes que não cabem no cheque ou no cartão de crédito, que não aceitam DOC ou parcelamentos de 12 vezes são ditos de forma tão simples, que tocam o coração de um público que está com os olhares atentos no palco.
Um elenco coerente, conciso e principalmente, que tem tal cumplicidade em cena que permite que a montagem cresça a olhos vistos. Talita Monteiro, Tchello Andrade, Domingos de Santana, Leandro Amado e Ronize Carrilho brilham em cena e cativam a criançada, que participa, opina, se diverte e canta junto as belas músicas natalinas.
“Recheado de belas canções natalinas e com uma linguagem divertida a peça “O Rapto do Papai Noel”, promete resgatar o sentido real do Natal, mostrando que este sentimento pode, e deve, durar para sempre no coração das pessoas. Tudo começa quando um de seus duendes resolve ser o novo símbolo do Natal e sequestra o bom velhinho.
Ele tenta recolher o máximo de informações possíveis sobre o voo das renas e de como o Papai Noel usa o tempo à seu favor na entrega dos presentes. Infelizmente, o duende não entende o verdadeiro sentido da festa e acaba deixando diversas crianças sem o seu presente. A criançada se une para salvar o Papai Noel, no Polo Norte. A aventura faz com que os pequenos percebam a importância dos laços familiares e como é bom estarem juntos.”
O release da peça traduz de fato o que se vê em cena. Anderson Oliveira também assina a direção de “O Rapto do Papai Noel” aproveita bem o espaço e os atores.
A cenografia é rica de elementos natalinos e tudo ali é usual, nada está ali por acaso. O figurino obedece uma pesquisa neste universo e tudo ajuda na composição das personagens. A iluminação favorece as entradas e saídas de cena e valoriza cenas que ganham um tom mais emocional.
Palmas, aplausos e assobios para este elenco primoroso e para essa companhia que vem construindo uma bela história nos palcos cariocas fazendo a alegria da criançada e dos pais que aproveitam para ser criança por mais uma sessão.
Esperamos este Papai Noel, seus duendes malucos e a pequena Clarinha no próximo ano.
Feliz Natal!
Alessandro Moura