CRÍTICA | Assunto de Três

Assunto de Três provoca questionamentos do público

 

Assunto de todos e para todos

 

Seis histórias, três atores e um único tema: o amor e suas diferentes possibilidades.  São diferentes triângulos possíveis, em poucas palavras, assim poderia ser resumido o espetáculo “Assunto de Três”, em cartaz, no Teatro Gláucio Gill, em Copacabana. Mas esta seria uma forma muito simplista de colocar as coisas. O mais interessante da montagem são as múltiplas interpretações que ela possibilita, não há limites para a imaginação.

 

Traição, amor platônico, ‘cyber’ amor, homossexualidade e amor por conveniência. Essas são algumas das situações apresentadas no texto do peruano Gonzalo Rodríguez Risco. Encenado pela primeira vez no Brasil, o espetáculo é dirigido por Tatá Oliveira e Cleiton Rasga. Cada cena apresenta um conflito diferente, sempre com as ‘relações amorosas’ como fio condutor. O texto de risco, de caráter atual e realista provoca uma identificação imediata com as encenações. Sem pré-julgamentos, o autor permite que cada um interprete as cenas de acordo com suas próprias convicções, e, com isso, instiga a reflexão sobre os conflitos apresentados. Este é o ponto alto do espetáculo.

 

Entre uma cena e outra, blackout e música. A trilha sonora, também assinada por Tatá Oliveira, está muito bem selecionada. O cenário, assim como o figurino e objetos de cena, propõem uma viagem no tempo. A atualidade do tema e a forma de abordagem são atemporais, dessa maneira, fica claro que as questões apresentadas podem estar acontecendo tanto nos dias de hoje, como há 10 ou 20 anos atrás. Isso contribuí mais uma vez, para a construção da identificação da plateia.

 

No elenco os atores, Álvaro Pilares, Bruno Oliveira e Mayara Maya os grandes responsáveis por dar vida aos diferentes triângulos amorosos que se formam no decorrer da peça. O entrosamento e a familiaridade com o texto ficam evidentes do início ao fim do espetáculo. As interpretações sólidas e comoventes emocionam e cativam o público, principalmente nos momentos de interação direta com a plateia. É impossível não simpatizar com o elenco que, além de grande carisma, convence pelo talento acima de tudo.

 

Em um momento em que tanto se discute sobre as relações humanas e sociais, “Assunto de Três” contribui para o debate no sentido de expor os relacionamentos sob uma ótica diferente.

 

Situações moralmente condenáveis à primeira vista adquirem um novo sentido pela honestidade e até ingenuidade com a qual são mostradas. A quebra de paradigmas pré-estabelecidos pela sociedade incomoda. E fascina.

 

Como termina? Isso fica a cargo do público decidir.

 

Por: Tatiana Rockenbach

 

* Independente das críticas profissionais, sugerimos que assista aos espetáculos e faça suas próprias críticas.
* Acesse a página do espetáculo e veja também a opinião do público geral nos comentários.

 

Quem casa quer casa ou quer sexo?
Essa e muitas outras perguntas são respondidas por Carlos Simões e Drika Matos na peça "Os homens querem casar e as mulheres querem sexo", ou pelo menos eles tenta...
3 Vezes Clara
O Rio no Teatro foi conferir o espetáculo teatral "Deixa Clarear" e o que pudemos constatar é que se trata de um excelente musical na qual a imortal Clara Nunes é ...
Utopia, até onde é bom?
Imaginem um país onde existam poucas leis, e que essas leis sejam simples, básicas e de fácil compreensão. Imaginou? Então, a peça Utopia D - 500 anos d...
A Celebração do Homem
A celebração do homem   Tem toda a razão aquele que diz que “A descoberta das Américas” é um dos melhores espetáculos ...
PUBLICIDADE
RNT - ANUNCIE AQUI
Pescadores de Almas: Arte da Alma
Pescadores de Almas é inspirado na biografia da médium Walkiria Kaminski. O monólogo relata o contato mediúnico e a experiência do suic&iacut...
YANK | Hugo Bonemer interpreta um correspondente de guerra em musical que trata da homoafetividade na 2ª Guerra Mundial.
Depois de interpretar o personagem Augusto, na primeira fase da novela “A Lei do Amor”, da Rede Globo, Hugo Bonemer está nos preparativos finais para viver o personagem Stu, u...
Clássico Romeu e Julieta de volta à programação teatral carioca em ótima montagem
“um nome para romeu e julieta” é a versão adaptada e dirigida por Dani Lossant para o original de William Shakespeare. A montagem, que tem Andrêas Gatto, Daniel C...
Para ver muitas vezes e aplaudir sempre!
“Estamira – Beira do Mundo”, que foi a sensação do teatro carioca entre 2011 e 2012, está de novo em cartaz para a beleza da programação da c...
PUBLICIDADE
Não Vamos Pagar - Comédia imperdível!
Comédia imperdível! “Não vamos pagar” é uma deliciosa comédia que está em cartaz no Teatro do Sesi, no centro do Rio, até 14 ...
O detalhe que constrói o sucesso
Se o teatro pudesse ser comparado a uma casa, o lugar onde Guilherme Leme e Jô Bilac moram seriam aquelas casas cheias de bibelôs e toalhas de crochet, pratos pendurados na parede, p...
Novidades no WhatsAPp
Novidades direto do seu WhatsApp
PUBLICIDADE
FACEBOOK
PUBLICIDADE