Grande Sertão: Veredas - SEM INFORMAÇÕES


Sinopse:

Banco do Brasil apresenta e patrocina instalação/espetáculo Grande Sertão: Veredas a partir de 28 de janeiro.
 
Bia Lessa volta à obra-prima de Guimarães Rosa, após 10 anos, conduzindo o público por entre as veredas recriadas no CCBB do Rio de Janeiro.
 
“Contar é muito, muito dificultoso”
 
“Carece de ter coragem...”
 
Como transpor ao palco uma leitura da maior obra literária brasileira do século XX? Mais que uma pergunta, esta foi a missão da diretora teatral Bia Lessa ao decidir coisificar os universos contidos em Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, e as inúmeras possibilidades de análise do romance. A resposta será apresentada ao público carioca, a partir do próximo dia 28 de janeiro (domingo), na rotunda do Centro Cultural Banco do Brasil. O espetáculo, vencedor do prêmio APCA como Melhor Direção (Bia Lessa) e indicado ao Prêmio Shell de Teatro nas categorias Direção (Bia Lessa), Ator (Caio Blat) e Música (Egberto Gismonti), chega ao Rio após temporada de casa lotada, em São Paulo.
 
O projeto conta com o patrocínio do Banco do Brasil e parceria da Globosat e Instituto-E | Om Art. No elenco estão Caio Blat, Luíza Lemmertz, Luísa Arraes, Leonardo Miggiorin, Leon Góes, Balbino de Paula, Daniel Passi, Elias de Castro, Lucas Oranmian e Clara Lessa. Para dar vida ao mítico sertão, Bia reuniu nomes como Egberto Gismonti (música), Camila Toledo (concepção espacial, com a colaboração de Paulo Mendes da Rocha), Sylvie Leblanc (figurino) e Fernando Mello da Costa (adereços). A temporada carioca vai até 31 de março.
 
“Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância.”
 
Bia conhece profundamente o Sertão de Guimarães Rosa. Ela levou o público para dentro da obra na inauguração do Museu da Língua Portuguesa (SP), em 2006. A exposição foi aclamada por onde passou. Agora, ela convida a plateia a um mergulho fundo na epopeia narrada pelo jagunço Riobaldo (Caio Blat), que atravessa o sertão para combater seu maior inimigo, Hermógenes (Leon Goes), fazer um pacto com o diabo e descobrir seu amor por Diadorim (Luíza Lemmertz). Trata-se de uma instalação, visitada e experimentada pelo público diariamente na área de convivência do Sesc Consolação, e o espetáculo, encenado na mesma estrutura, em 2 horas e 20 minutos de encenação ininterruptas, com o elenco em cena permanentemente, em que o público experimenta a dissolução das fronteiras entre início e fim do espetáculo; entre teatro, cinema e artes plásticas; entre literatura e encenação.
 
“O teatro para mim é sagrado. Me dedico a ele de tempos em tempos, não me sinto com capacidade de realizar espetáculos um após o outro. Me deparei com o Grande Sertão e ele se apoderou de mim mais uma vez. Quando montei a exposição, algumas questões se apresentavam: a principal delas era como utilizar imagens sem que o significado do Sertão de Guimarães ficasse reduzido a um único lugar. A opção na época foi trabalhar apenas com palavras. No teatro, essa questão volta a se impor: 'o sertão está dentro da gente'. Nosso caminho foi realizar um trabalho onde homens, animais e vegetais estabelecessem uma relação de diálogo sem supremacia entre eles. Não estamos exatamente no sertão, mas em um espaço “ecológico” e metafísico onde tudo cabe. Um espaço, uma imagem, que nos possibilita a experiência proposta pelo romance, sem obviamente realizar o romance tal como é – fidelidade absoluta (todas as palavras ditas são de Guimarães Rosa), mas liberdade infinita, visto que é apenas uma das leituras possíveis da riquíssima obra de Guimarães. Escolhemos não utilizar grandes efeitos ou recursos, a não ser a valorização do universo sonoro dos espaços propostos pelo romance, apenas os próprios atores”, pontua a diretora.
 
“O sertão está em toda parte”
 
A grande estrutura tubular concebida lembra um claustro, uma gaiola. Instalada na rotunda do CCBB Rio de Janeiro, também é, ao mesmo tempo, cenário de violentas batalhas e de reflexões profundas. Como instalação, poderá ser visitada diariamente. 250 bonecos de feltro com tamanho humano, criados pelo aderecista Fernando Mello da Costa, confeccionados com apoio do Instituto-E | Om Art, compõem uma imagem permanente: a cena da morte de Diadorim como um presépio, passível da participação do público, não só como espectador, mas também como agente da ação, ocupando o lugar da personagem. A trilha sonora completa a atmosfera do Grande Sertão: Veredas, composta por três camadas: os ruídos e sons ambientes, a música composta por Egberto Gismonti e a trilha sonora que representa nossa memória emotiva, com músicas que fazem parte de nosso imaginário. Os figurinos são uma leitura do sertão, sem regionalizá-lo – são personagens do mundo.
 
Em um trabalho tão artesanal, marca da diretora (que passou mais de 600 horas com o elenco, em ensaios diários por 92 dias), e de grande esforço físico (a preparação corporal foi um dos aspectos indissociáveis do trabalho de direção, com aulas de corpo por Amalia Lima diariamente durante os 4 meses de ensaio), a tecnologia foi fundamental para guiar o público em tantas veredas. Cada espectador usará fones de ouvido que permitirão escutar separadamente a trilha sonora, as vozes dos atores, os efeitos sonoros e sons ambientes, levando-o a um nível inédito de interação com a dimensão sonora do espetáculo. Apesar de todos compartilharem o espaço na plateia, cada um terá uma experiência única durante a apresentação.
 
“Essas são as horas da gente. As outras, de todo tempo, são as horas de todos”
 
BIA LESSA
Bia Lessa é uma artista multifacetada, cineasta, diretora de teatro e ópera, exposições, ganhadora de vários prêmios. Suas obras são exibidas em vários países, como Alemanha, França e EUA. Criadora do Pavilhão Brasileiro na Expo 2000 em Hannover, Mostra Redescobrimento na Bienal SP, Reabertura do Theatro Municipal do Rio de Janeiro com a ópera Il Trovattore, Pavilhão Humanidades 2012 (Rio + 20), reinauguração dos painéis Guerra e Paz de Candido Portinari na ONU em NY. No cinema, dirigiu os filmes CREDE-MI mostrado em festivais internacionais (Berlim, Biarritz, Nova Iorque, Jerusalem, Brisbane, Minsk, entre outros).
 
POR SILVIANO SANTIAGO
Para Bia Lessa, só o espetáculo teatral pode expandir a forma inovadora da literatura. Ela não adaptou duas obras clássicas do romance ocidental; levou ao palco os romances Orlando, de Virginia Woolf, e O homem sem qualidades, de Robert Musil, expandindo-os. E agora, quando a nação perde o norte da cidadania e esfarela a vontade dos brasileiros, Bia monta uma escultura na área de convivência do Sesc Consolação. No seu interior, encena o monstruoso e genial Grande sertão: Veredas, do nosso Guimarães Rosa.
 
Durante o dia, a escultura do Grande sertão: Veredas repousa como se fosse livro fechado, a espicaçar a curiosidade dos visitantes. À noite, a escultura expande o livro aberto. O leitor silencioso e introspectivo se metamorfoseia em espectador, parcela de um coletivo atento e participante, que se renova.
 
A gongórica e letal escrita de Rosa ganha o corpo dos atores. Empresta-lhes ação e fala. E a trama romanesca se desenvolve diabolicamente, com movimentos desordenados, afetuosos e anárquicos, qual máquina escultural assinada por Jean Tinguely, um dos fundadores do Novo Realismo. Novo Realismo igual a − diz o famoso manifesto − novas percepções do Real.
 
Grande Sertão: Veredas se expande como espetáculo teatral que libera – qual alegoria rigorosa da nossa contemporaneidade − o modo como os movimentos desenvolvimentistas sem preocupação social e humana não recobrem a nação como um todo. Pelo contrário. O esforço positivo da modernização é localizado, centrado e privilegia. Nas margens, cria enclaves de párias – bairros miseráveis, favelas, prisões, manicômios, etc. − onde violentas forças antagônicas se defrontam e se afirmam pela ferocidade da sobrevivência a qualquer custo, acirrando a irascibilidade do controle e do mando. Viver é perigoso.
 
Extraordinário em Guimarães Rosa é que, no mais profundo da vida humana miserável e autodestrutiva, na morte, há lugar para o afeto e o amor. Ao compasso de espera, Riobaldo e Diadorim dançam novos e felizes tempos. Piscam a alegria de viver, como vagalumes que a mata libera à noite.
 
                                                                                           
Ficha Técnica:
Concepção, Direção Geral, Adaptação e Desenho de Luz – Bia Lessa
Elenco – Balbino de Paula, Caio Blat, Daniel Passi, Elias de Castro, Leon Góes, Leonardo Miggiorin, Lucas Oranmian, Luisa Arraes, Luiza Lemmertz, Clara Lessa.
Concepção Espacial – Camila Toledo, com colaboração de Paulo Mendes da Rocha
Música – Egberto Gismonti
Colaboração – Dany Roland
Desenho de Som – Fernando Henna e Daniel Turini
Adereços – Fernando Mello Da Costa
Figurino – Sylvie Leblanc
Desenho de Luz – Binho Schaefer
Projeto de Audio – Marcio Pilot
Diretor Assistente: Bruno Siniscalchi
Assistente de Direção: Amália Lima
Direção Executiva: Maria Duarte
Produtor Executivo: Arlindo Hartz
Colaboração – Flora Sussekind, Marília Rothier, Silviano Santiago, Ana Luiza Martins Costa, Roberto Machado
Idealização e Realização: 2+3 Produções Artísticas Ltda
Patrocínio: Banco do Brasil
Apoio: Globosat e Instituto-E | Om Art
Agradecimento especial à viúva do Autor, a quem a obra foi dedicada, Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, à Nonada Cultural e a Tess Advogados.
© Nonada Cultural Ltda.



Duração: 140 minutos


Temporada:
Sem Informações!


Contato:
(21) 3808-2020


Classificação:
18 anos




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