Deena Love: Corações de norte a sul
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“Nós somos as cantoras do rádio, nossas canções cruzando o espaço azul. Vão reunindo num grande abraço corações de Norte a Sul.”. A canção de La Martine Babo que ficou famosa na voz de Carmem e Aurora Miranda, se faz mais atual do que nunca, quando assistimos um espetáculo conhecido como:  Deena Love.

 

Bastaram alguns minutos cantando no programa da TV Globo, The Voice, para que Pedro Figueiredo, se tornasse uma personalidade nacional. A música ‘Calling You’, do filme Bagdad Café, foi a escolhida para impressionar jurados e escrever o nome na história da TV brasileira.

 

Em um momento importante do país surge Deena Love, desmistificando o preconceito e quebrando tabus, revelando o talento, a garra e a força de um artista.

 

 Em tempos em que tanto se discute a criminalização da homofobia e os direitos fundamentais (para todos), que estão ali, previstos na constituição brasileira, Deena teve uma aprovação de público que surpreende.

 

Não era para menos, Deena deu um show de interpretação e performance que emocionou e provocou o país a pensar diferente, a rever papeis e a ouvir canções antes esquecidas.

 

A inspiração vem com as cantoras da era de ouro de nosso país, brilha com os colares e o figurino, pensando em minucias. E não é nada fácil se tornar Deena, são três horas de maquiagem e um salto alto, que faz a mulherada ficar de olhos arregalados e depois dessa maratona, ela ainda canta, e canta muito.

 

Nem Pedro, muito menos Deena, esperavam a positividade da apresentação, não da forma que se deu.  “A surpresa foi que a esmagadora maioria me recebeu de braços abertos. E não só o público LGBT: heterossexuais, evangélicos, idosos e outras fatias da sociedade me deram muito carinho.”, revela o artista.

 

Para interpretar a personagem Pedro aposta em 10 vestidos diferentes, cinco sandálias e quatro perucas. Quando falamos de bijuterias, são muitas, incontáveis. Sobre o programa, ele conta que já tem planos para as próximas apresentações.

 

“Minha proposta é fazer música que transporte o público a um clima retrô. Pretendo representar sim pelo menos alguma diva da era da rádio nacional, mas quero também homenagear divas de um passado não tão distante, e também de outros países.”, diz..

 

Não tinha como continuar a entrevista sem falar de Emilinha e Marlene. Logo questiono Deena sobre qual das duas prefere, e a resposta vem com a doçura de Emilinha e a pimenta de Marlene.

 

“Escolho as duas, cada qual em seu contexto. Se eu tivesse que escolher um ícone que representasse exclusivamente a era de ouro do rádio, eu escolheria a Emilinha, que foi sem dúvida o maior ícone desse período. Mas se eu tivesse que optar por uma cantora transgressora, eu escolheria a Marlene, que transitou com mais ecletismo pela época de ouro e também pela MPB mais moderna, chegando a gravar Gonzaguinha por exemplo.”, reflete.

 

Em meio a um emaranhado de canções que marcam a música nacional, uma em especial é escolhida por Pedro. “Ave Maria no Morro, de Herivelto Martins me marcou e me toca sempre que a ouço na voz de Dalva de Oliveira! Era a música preferida de meu avô.”, comenta o cantor.

 

Uma interpretação marcada por cores tão teatrais, despertou a curiosidade deste repórter, que logo seguiu na vontade de saber se Deena ou Pedro teriam desejo de seguir uma carreira no teatro musical.

 

“Creio que minha carreira andará de braços dados com o teatro musical.  Gostaria de fazer algo bem Brasileiro. Talvez uma releitura do teatro de revista que está esquecido, mas que traduz com perfeição a alma nacional. Na medida em que "ponho pra fora" meu alter ego (Deena), essa exposição pode ser considerada uma interpretação!”, revela.

 

Quando peço para que Pedro se defina, a frase chega como Deena, leve e forte: “um homem que respeita todas as diferenças e toda a multiplicidade da vida.”

 

O cantor que conheceu o Rio de Janeiro em 1996, revela-se encantado com a história estampada nas ruas, esquinas e paredes.

 

“O que mais me atrai no Rio, não é a natureza (que é esplêndida), mas a história que a cidade possui! Passear pelo Catete, pela Lapa ou pela Cinelândia, é reavivar dentro da gente o passado das artes e da política não só da cidade mas do próprio Brasil! metade de mim é muito Paulistana, mas a outra metade, sem dúvida é carioquíssima... Amo o Rio!”

 

Em questão de horas o perfil da rede social de Deena lotou, em pouco tempo já eram quase três mil amigos e não era pra menos, agora o cantor deixa o recado aqui no Rio No Teatro.

 

“A vida é um presente com um prazo de validade muito curto. Não percam tempo com as críticas destrutivas. Respeitem as críticas construtivas e aceitem os elogios com carinho e humildade!”.

 

Deena é hoje, não apenas uma artista de grande prestigio, mas um símbolo de igualdade e respeito, é uma nota aguda que canta, uma voz que ecoa, um sinal de novos tempos, uma maquiagem que não se borra, uma história que se recria. Deena é a resposta que o tempo dá sem transtornos climáticos. É dia de primavera, tardes de outono, momento de verão. É festa de carnaval, marchinhas e balangandãs. Que outras portas se abram para outras Deenas, que novas janelas sejam visitadas por tico-ticos e que cada um tenha o direito de comer seu próprio fubá.

 

 

Entrevista e texto: Alessandro Moura/ Jornalista




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