Alexandre Guimarães: Pernambucano brilha no Teatro Poeira
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Alexandre Guimarães tem surpreendido a todos com a beleza e o drama de o espetáculo “O Açougueiro”. A montagem premiada é o reflexo de um ator independente, sem patrocínios e que entra em cena com talento e determinação. O espetáculo pernambucano, agora segue curta temporada no Rio de Janeiro, no Teatro Poeira, terças e quartas, às 21h. Os ingressos custam R$ 50,00. 

 

O ator dá vida a sete personagens, dividindo-se entre diálogos, cantos e algumas manifestações da cultura popular nordestina como os aboios, cantigas de reisados e toadas de vaqueiro.

 

Com texto e direção do também pernambucano Samuel Santos, O Açougueiro nasceu em julho de 2015, em Recife, e em pouco mais de um ano, já recebeu diversos prêmios, dentre eles o de melhor ator no Festival Internacional Janeiro de Grandes Espetáculos 2016. Na 16ª edição do Prêmio Cenym de Teatro Nacional está indicado em quatro categorias: melhor ator, melhor monólogo, melhor maquiagem e visagismo, e melhor cartaz e fotografia de publicidade. Recentemente participou de importantes festivais pelo País, como o Festival de Teatro de Curitiba (FRINGE) e Festival Internacional de Londrina (FILO).

 

Baseado no Teatro Físico e Antropológico, e galgado nas manifestações culturais sertanejas, O Açougueiro vem trazendo à tona a discussão sobre temas universais como a violência contra a mulher e o feminicídio. Durante circulação em Pernambuco, após as apresentações do espetáculo, promoveu debates com grupos de profissionais do sexo e estudantes da rede pública de ensino.


 “O Açougueiro é um daqueles projetos de vida que escolhem a gente. Tinha acabado de voltar ao Recife, após uma passagem de quase um ano entre Rio e São Paulo, e percebi que não havia perspectiva de trabalhos no teatro para mim. Então decidi criar minha própria oportunidade. Juntei o pouco investimento que possuía e procurei Samuel Santos para uma imersão no Teatro Físico e Antropológico. Desse processo, surgiu a possibilidade de uma montagem. Meu primeiro solo surgiu também como minha primeira produção própria.”, conta o ator.


 O processo todo de estudo e preparação do espetáculo durou cinco meses. Um trabalho cuidadoso para o resultado que vemos em cena.

 

“Passávamos quase a semana inteira trabalhando, entre horas de treinamento físico na sede do grupo O Poste Soluções Luminosas, pesquisas bibliográficas no universo da antropologia teatral e, ao final, fiz uma viagem ao interior do estado de Pernambuco com a preparadora corporal Agrinez Melo. A ideia, sugerida pelo diretor, foi ver de perto o que fazíamos em cena. Consegui entrar por vários dias em um matadouro municipal de uma pequena cidade e também ver os pequenos criadores nas regiões dos sítios mais afastados. Víamos imagens, sentíamos cheiros e trouxemos tudo para o nosso processo no estúdio. Foi transformador.”. ressalta.

 

A direção de Samuel Santos também tem sido alvo de elogios por onde a montagem passa. Alexandre resume o trabalho do diretor em uma palavra:  - Virtuoso.

 

“É notável a forma minuciosa como ele enxerga o trabalho do ator/atriz. É um homem que vive o teatro na prática. A pesquisa de Samuel não se restringe ao trabalho da encenação, nos meses de convivência, pude descobrir o quando o teatro pode ser transformador política e socialmente. Ele instiga o ator a ser autônomo, buscar os próprios caminhos. Isso foi fundamental para meu lado produtor, inclusive.”, disse.

 

 

Um espetáculo sem incentivo público


 
“O Açougueiro nasceu, cresceu e floresceu sem um centavo de dinheiro público ou patrocínio privado. Isso não é uma bandeira ou um orgulho de ter feito tudo por conta própria, adoraria ter conseguido aprovar algum projeto de lei de incentivo. Mas não aconteceu e tive de decidir entre fazer com o que é possível ou virar refém de um patrocínio que pode nunca acontecer. Então, coloquei o bloco na rua. O planejamento é muito mais simples do que parece, decidi que sozinho não era possível, então, dividi funções: comunicação visual, assessoria de imprensa, produção. Mesmo com pouquíssima verba, todos os amigos que foram se juntando nessa missão foram pagos pelos seus trabalhos. Fiz questão de que quem trabalhasse no projeto fosse remunerado por cada função. O início foi uma temporada na sede do grupo onde eu já ensaiava, um espaço alternativo no Centro do Recife super bonito e com uma força enorme. Um lugar para quem quer ver teatro em sua essência. Depois, fui buscando festivais próximos já que não tínhamos verba para grandes viagens e o espetáculo precisava ser visto. Desde os ensaios, sempre acreditei no poder desse espetáculo e na missão que ele foca ao provocar um debate sobre temas como preconceito, violência contra a mulher e intolerância.” Afirma Alexandre.

 

Temporada carioca

 

Sobre a temporada carioca, o ator diz que tem a sorte de ter bons amigos. O Rio é a primeira vez em que o ator não precisa assumir a produção da montagem premiada.

 

“Sou um desses caras que têm a sorte de ter bons amigos. Aqui no Rio será a primeira vez que não assumo a produção do espetáculo. Mas a razão é o fato de ter encontrado parcerias que comungam do que entendo ser o fazer teatral. O ator e amigo Márcio Fecher, quando soube que eu estava nessa busca por um lugar ao sol na cidade maravilhosa, me indicou o Christiano Nascimento, que tornou-se um grande amigo. Foi um presente! O Chris se apaixonou pelo espetáculo e decidiu entrar comigo nessa busca por uma temporada aqui. Ele apresentou o projeto aos responsáveis pela curadoria do Teatro Poeira, um dos mais importantes do País, e para a nossa grata surpresa, surgiu a possibilidade de entrar em cartaz mais cedo do que prevíamos.”, Comemora.


 Ao público carioca, o pernambucano faz o convite:  - “Convido a todas e todos para dividirem essa linda historia de amor, que pode se passar no sertão pernambucano ou em qualquer lugar do mundo onde os sentimentos são ressecados pela dureza da ignorância. Uma oportunidade de abrir o olhar para o que acontece além dos grandes centros da região Sul e Sudeste. Vamos juntos celebrar um teatro ritualístico e artesanal.”

 

Por Alessandro Moura




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