Antes do espetáculo começar o Rio no Teatro tomou um cafezinho com Adriana Birolli. A atriz que segue temporada no Teatro dos Grandes Atores, na Barra da Tijuca, concedeu uma exclusiva ao nosso portal. Simpática e dona de um sorriso único Adriana falou sobre a carreira, Rio de Janeiro e é claro sobre teatro. A curitibana de 25 anos apresenta-se muito mais madura que a idade que consta em seu RG. Uma mulher decidida e que percebeu desde cedo as realidades do mercado. Se em portais de fofoca Birolli é chamada de “Patricinha” aqui podemos dizer que se trata de uma atriz-produtora que promete grandes surpresas ao cenário cultural.

A atriz começou a fazer teatro com apenas oito anos na escola como atividade extra curricular... A escola fechou, mas Adriana não parou e ali muito cedo nasceu também a parceria com o diretor e empresário Ruiz Bellenda que se estende até os dias de hoje. Com o sucesso de "Manual Prático da Mulher Desesperada” vieram os convites.

 “Em 2006 eu estava estreando a peça “Manual Prático da Mulher Desesperada” e depois de um ano me assistiram e me convidaram para fazer parte da oficina de atores da TV Globo. Eram apenas quatro meses, aproveitei este período para ir produzindo a peça aqui no Rio. Nossa estreia carioca foi no Planetário da Gávea e logo depois viajamos com a peça para vários cantos do Brasil.”  conta Adriana.

A carreira da atriz que subiu nos palcos ainda criança tem grandes montagens com direção de Ruiz. “Tenho 18 espetáculos antes deste, mas acho que já faço por tanto tempo que muitos pensam que só fiz este.  “O Despertar da Primavera” e “Assassinatos em Série” são alguns que fiz e que guardo com carinho.” , afirma.

Antes de vir definitivamente para o Rio Adriana chegou a passar 15 dias na cidade para conhecer a realidade teatral carioca.  “Eu já conhecia o Rio... eu tinha feito uma temporada de teatro só para juntar dinheiro e vir. Em 2005 eu vim para conhecer a cidade e o cenário teatral. Eu adoro o Rio, uma cidade quente. Adoro calor. Quando cheguei, em 2007 eu tinha oficina das 10h às 19hs. E eu corria atrás de um espaço para estrear os espetáculos. A melhor coisa que me aconteceu durante a oficina são as pessoas que conheci. Chegar no Rio e ter quem procurar, uma base e um chão.”, diz saboreando um pedaço de bolo de laranja.

Quando questionada sobre o ator- produtor, uma realidade dos tempos de hoje. A atriz é categórica. “Ter que produzir não... mas é uma ótima opção. Eu venho de uma família de empresários onde nada é muito certo e aprendi desde cedo que tenho que correr atrás do que quero. A maior vantagem em produzir é poder escolher os papéis que tenho vontade de atuar e os palcos que quero conhecer.”.

Sobre a parceria com Ruiz Bellenda,  Adriana comemora o encontro. “Depois que começamos a fazer peça juntos naturalmente cada um encontra os seus. Temos um pensamento empresarial e conseguimos produzir em conjunto. Como minha parceria com o Ruiz era de muito tempo, nada mais justo que ele fosse meu empresário.”.

Agora o momento é de falar de novos projetos e a boa notícia é que outros cantos do Brasil poderão assistir o espetáculo da atriz.  “Tenho muitos planos no que diz respeito a atriz e produtora. Mas espero contar também com a confiança dos autores de televisão. Em teatro tenho muitos projetos de peças em andamento. Nos vamos começar a marcar a turnê e já estamos em negociação com vários lugares do Brasil.”

Sobre um personagem que sente saudades, Birolli revela que não esperava tamanho sucesso de sua personagem em “Fina Estampa”.

“Eu fiquei conhecida nacionalmente com a Isabel de “Viver a Vida”, mas a Patrícia ganhou uma repercussão que eu não esperava. Acho lindo porque ambas cumprem papeis diferentes e agem em espaços distintos.  Sinto saudades da Wendla Bergman do espetáculo “O Despertar da Primavera”, com direção do Ruiz. Eu não tenho um personagem dos sonhos, mas muitos planos...”

Quando o assunto é mercado e produção a atriz que também atua nos editais e enquadramentos de projetos em lei foi clara com o Rio No Teatro e revela que a produtora tem que ficar fora do palco.

“O mercado teatral  hoje se apresenta diferente em cada região. Mas percebo no Rio um momento impar com a reabertura de teatros e de novos grupos. Temos também os sites de compra coletiva que ajudam na formação de plateia. Apesar disso amigos reclamam que tem muitos teatros vazios e sem público. É dureza, como atriz e como produtora atuar sem patrocínio.Eu mantenho a equipe paga, aqui ninguém trabalha no risco. Mas os últimos a receber sou eu e o Ruiz. (risos).Eu não me preocupo com a bilheteria. A produção fica fora do palco. O espetáculo tem que ser impecável para 10 ou para 1000 pessoas.” , ressalta.

O conselho para quem quer seguir os passos de Adriana vem em uma frase objetiva:

“Pense se é realmente isso que quer. Investigue a carreira e se decidir que é isso mesmo... estude e se dedique muito. Tenha paciência e nunca desista!

Neste momento atriz olhou para o relógio e percebeu que já era hora de ir para o camarim. Em um sorriso Adriana agradeceu ao público do Rio No Teatro que acompanha e vibra por sua carreira.

“Muito obrigada por todo apoio que recebo e pelo carinho de sempre. Venham se divertir com meu espetáculo que é uma comédia.

Antes de se despedir deu uma das dicas de seu manual para mulheres desesperadas: “Não se iluda e enxergue as coisas como de fato são e não como você quer ver!”, por que o espetáculo tem que começar!