Ittala Nandi: A diva da cena
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Atriz comemora cinquenta anos de carreira e lança biografia no Rio

 

Ittala Nandi escreveu seu nome na história das artes cênicas quase sempre sem notar, a atriz que sonhava ser escritora é uma das grandes musas do teatro e do cinema nacional. Não é possível falar com Ittala Nandi sem relembrar os tempos do Teatro Oficina, em São Paulo e seu papel no cinema nacional. Neste ano a geminiana que está sempre envolvida com uma série de projetos completou 70 anos, dos quais 50 são de carreira. O Rio No Teatro reverencia a atriz que está sempre em constante movimento e comemora o lançamento de sua biografia “Ittala Nandi - O Caminho de uma Deusa”.

 

Natural de Caxias do Sul, nossa personagem é patrimônio nacional. Sua vida artística começa no teatro amador já com um texto de Eugène Ionesco. Apesar disso Ittala confessa que tudo se deu por acaso: “Não foi desejado, nunca quis ser atriz. Eu queria ser escritora, um sonho que estou realizando agora com dois livros técnicos editados e também com minha biografia que será lançada no dia 09 de setembro. Preciso de dizer que minha biografia foi escrita pelo autor italiano Claudio Maria Valentinetti. A profissão de atriz começou quando me casei com Fernando Peixoto. Acho que tudo na minha carreira de fato começa por acaso. Apesar disso sempre amei minha profissão e sempre fui muito dedicada. Parece que eu estava destinada a isso. Eu fazia teatro amador na Aliança Francesa no Rio Grande do Sul, Fernando Peixoto era critico teatral, assistiu e disse que ali revelava-se uma grande atriz.  Depois fiz minha primeira peça profissional com a produtora da  Fernanda Montenegro (apesar da diferença de idade, nos tornamos muito amigas e ela uma referência desde sempre). Meu primeiro dinheiro como atriz recebi fazendo “O Beijo no Asfalto”.  Quando eu e Fernando nos mudamos para São Paulo fomos trabalhar no Teatro Oficina, com o Zé Celso. Lá estava em cartaz a comédia “Quatro Num Quarto” com a Rosamaria Murtinho. Ele precisava de alguém pra substitui-la e ligou para o Augusto Boal para pedir uma atriz. Boal já tinha me visto atuar no teatro amador, fiz o teste com o Zé Celso e em dois dias estava no palco. “, revela.

 

Quando o assunto é o Teatro Oficina, existe uma mística em torno da figura de Zé Celso e também da linguagem do grupo. Mas o que será que ficou para Ittala Nandi daqueles tempos?

 

“Daquele tempo no Oficina ficou tudo o que significa de autoria. O ator deveria ser autor de si mesmo. Criamos os próprios personagens com autoria deles. Foi lá que fiz o espetáculo Na Selva das Cidades, onde protagonizei a primeira cena de nu do teatro brasileiro. A ideia é que ela ficaria nua para mostrar a pureza do amor dela. Nos ensaios sempre estava de calcinha. No dia da estreia a “Censura” foi assistir. Não tinha ideia do que eu ia fazer e muito menos que aquele seria o primeiro nu do teatro nacional. Para nós os temas da peça eram mais importantes. Quando vi a “Censura” perguntei pro Zé Celso, que me disse para fazer o que achasse melhor. Me lembro que eram quatro censores e seis horas de espetáculo. Acho até que dormiram bastante durante a peça (risos). Tirei a calcinha e entrei. Para nossa surpresa eles entenderam a mensagem da personagem, aquela minha autoria que significava pureza. Não tiraram da peça e ainda abriram uma brecha para que outras peças fossem liberadas. Este é o caso de Hair, barrada pela nudez do elenco.”

 

Ittala Nandi é conhecida por ter feito personagens muito marcantes tanto no teatro, quanto na TV e no Cinema. A atriz ressalta as que mais se lembra com saudade.

 

“No Teatro Maria Garga, de Na Selva das Cidades. Fora do Oficina Vassah, A Dama de Ferro, uma personagem muito forte, difícil e interessante que me foi preciso muita pesquisa e laboratórios. Na TV Joana, a louca do Sobrado, de direito de Amar. Essa personagem me esgotou demais, mas me permitiu uma criação mais teatral dentro da TV. Agora tive a Doutora Júlia, dos Mutantes. Adorei fazer essa novela. Já no cinema são muitas personagens maravilhosas Em “Nome do Pau Brasil” fiz Oswald de Andrade e tive que cortar os meus cabelos como os dele, detalhe é que eu tinha os cabelos no meio das costas.”

 

A atriz que se dedicou ao mundo do cinema nas décadas de 70 e 80 tem uma filmografia que inclui uma série de prêmios como melhor atriz. Logo depois foi hora de investir em uma área curiosa : A formação de atores.

 

“A UniverCidade me convidou para incrementar a escola de atores e isso me encantou muito. No final de nove anos eu fui nomeada como Doutora na Prática do trabalhar pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), este título é cedido pela UNB (Universidade Nacional de Brasília). Depois fui convidada pelo governo do Paraná para criar uma escola parecida. Lá eu diversifiquei e criei uma escola de cinema e TV, com o objetivo de fortalecer o polo de cinema. Em seguida veio o Festival Latino Americano de Cinema, em Curitiba”, conta.

 

Agora a atriz segue produzindo uma montagem teatral que deverá estrear no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico e se prepara para mais um desafio nos palcos “O Diabo e a Avó” um texto peculiar que estreia no próximo ano com participação em Off de Fernanda Montenegro. Na peça Ittala divide o palco com o ator Leonardo Vieira.

 

Quando peço um conselho para quem está disposto a seguir os passos da atriz, ela é clara e objetiva. “É só seguir os cinco valores humanos. Agir corretamente, verdade, não violência, paz e amor”.

 

Com muita simplicidade a diva deixa um recadinho para o público do Rio No Teatro. “Adoraria que vocês fossem me dar um abraço no Teatro dos 4, no dia 09 de setembro, às 19h, no lançamento da minha biografia. E lembrem-se: A vida é bela. Abrace-a.”

 

Este repórter confessa ter sido surpreendido pela estrela dos palcos, suas histórias, sua carreira e seu sorriso franco. Aplausos e mais aplausos para uma das mais talentosas atrizes de nossa história. Salve Ittala Nandi. Ainda bem que a vida nos presenteou direcionando Ittala pelos caminhos de uma Deusa. Se ela não escolheu a carreira lá no inicio é porque ela já havia sido escolhida.

 

Texto e entrevista: Alessandro Moura

 




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