Aisha Jambo nasceu e passou parte da infância na Tijuca, mas foi criada em Copacabana. A carioca passou um tempo viajando pelo sul do país e Brasília, e é fácil de ser vista pelo charmoso bairro de Santa Tereza, pelas ruas da Lapa e admirando a beleza do Aterro do Flamengo.
Quando criança ela gostava de brincar de fazer teatro. Aos 12 anos começou a ter aulas de música, circo e dança. E não é que a brincadeira virou coisa séria? Aisha Jambo cresceu e apareceu. A estreia da atriz foi no filme "Orfeu", do Cacá Diegues, mas foi na novelinha teen “Malhação” que ela ficou conhecida pelo grande público. De lá para cá muita coisa mudou.
“Muita coisa! Já tinha um bom entendimento de posicionamento artístico, naquela época, mas o tempo e a experiência são uma escola. Pude olhar com mais consciência para o trabalho como atriz de um veículo de muita visibilidade, o que represento, qual minha visão comercial, política, ideológica, como mulher e mulher negra.”, conta ela.
A personagem Naomi, de Malhação até hoje é lembrada por quem admira a atriz, mas com o passar do tempo Aisha foi revelando outras muitas facetas.
"Malhação" foi meu início na TV e foi muito significativo. Permaneci por algumas temporadas no programa e a personagem ficou na memória de muita gente. Pude, com a personagem Naomi, discutir temas que me mobilizam. "Cabocla" também foi uma novela importante para mim, foi o trabalho seguinte depois de Malhação, e me permitiu dar um salto no tempo. Então, saí de uma história contemporânea, uma escola dos anos 2000, para uma fazenda de 1920 ao lado de Patrícia Pillar e Tony Ramos. Foi incrível e muito bem recebido pelo público. Depois fiz Alma Gêmea e Paraiso, ainda na Globo, com ótimos textos. E fui protagonizar uma serie na TV Brasil, "Natália", processo entre TV e cinema. Lá pude desenvolver o trabalho em sintonia com o diretor André Pellenz e Joana Lebreiro, nossa fadinha (coaching)! Aprendi muito com esse projeto também. No cinema, o filme "Alemão" de José Eduardo Belmonte e os curtas "Dá Licença de Contar" e "Banho Maria", circularam por festivais nacionais e internacionais. Nesse meio tempo, participei de uma turnê com a peça "Agora é Tempo", da Giselle Tigre, e conheci a atriz e poetisa Elisa Lucinda e sua Escola de Poesia Viva, que coroou meu aprendizado.” Afirma.
A aproximação com a TV Record começou com os testes para a novela “Escrava Mãe”, de Gustavo Reiz. Foi aí que surgiu a oportunidade de viver a personagem Radina, em “Os Dez Mandamentos”.
“Quando surgiu a Radina em os Dez Mandamento, me ligaram. Foi perfeito porque é um trabalho diferente e muito prazeroso de fazer. É uma história épica que se passa em 1300 A.C... Os cenários são palácios ou tendas no deserto, um prato cheio para a imaginação.”, disse.
A família sempre esteve ao lado das escolhas de Aisha. O apoio para seguir a carreira de atriz veio de dentro de casa. E a família cresceu ainda mais, com o nascimento do primeiro filho.
“Ian é um presente. A maternidade é um estado mágico! Me sinto mais leoa, mais tranquila, mais determinada, mais engajada.” Revela.
Ela ainda conseguiu tempo para se dedicar a uma outra grande paixão: A dança.
“Quando decidi fazer vestibular, descobri que havia o curso de Dança na UFRJ. Como já trabalhava com artes cênicas achei mais interessante pensar a dança, na Academia. Eu tinha experiências corporais com circo, artes marciais, capoeira e alguns estilos de dança. Foi muito bom. Sou fascinada por grupos que fazem essa interface entre o teatro e a dança.”
Quem sabe a gente ainda poderá assistir Aisha brilhando nos palcos com espetáculos que unam suas paixões. A atriz que tem se destacado no cenário nacional mostra que veio para ficar e tem escrito seu nome nas artes cênicas. No Rio No Teatro ela deixa o recado:
“Independente do caminho que escolha, cultive sua criatividade e cuide do planeta. Divirta-se!”
Por Alessandro Moura
Fotos: Vera Donato