Ânsia - SEM INFORMAÇÕES


Sinopse:

Obra da dramaturga inglesa Sarah Kane, uma das responsáveis pelo impacto do movimento In-Yer-Face Theatre (na sua cara), reestreia no dia 08 de junho de 2019, com direção de Cesar Augusto, no Teatro Ipanema.
 
“Ela era como uma criança com um cérebro enorme, o maior cérebro teatral que eu já conheci. Eu nunca vi alguém com o olhar tão aberto para o mundo, com os olhos de quem vê pela primeira vez. E ainda assim ela era muito cínica por certos aspectos.”
- Vicky Featherstone, diretora artística do Royal Court Theatre de Londres
 
“Ânsia” é um espetáculo dirigido por Cesar Augusto (Cia dos Atores). Após sua estréia em fevereiro deste ano com o título “Crave ou Ânsia” no SESC Tijuca, o espetáculo chega agora, com título mais condensado, à zona sul da cidade, no Teatro Ipanema.
 
Partindo do anseio de tornar acessível ao público carioca a obra desta importante dramaturga inglesa, Sarah Kane, os idealizadores Alexandre Galindo e Elisa Barbato, decidiram homenageá-la em 2019, quando completam-se 20 anos da morte da autora.
 
A peça, que tem como título original “Crave”, é um texto instigante de conteúdo emocional extremo e inovação. A estrutura dramatúrgica permite a coexistência de variadas camadas de significado; o narrativo, o inconsciente, o emocional e o arquetípico; tornando-a rica principalmente pela sua potência cênica. 
 
Nesta peça, considerada pelos críticos obra-prima da dramaturga inglesa, Sarah Kane consegue renovar os conceitos de dramaturgia, desafiando e conduzindo o elenco aos limites do processo criativo. Seu conteúdo enigmaticamente jocoso e vivo, é propulsionado por sua forma enxuta e sofisticada. Sua linguagem fragmentada convida os espectadores a jogarem e junto aos atores, irem à busca de uma lógica entre pensamentos que não parecem ter sido previamente filtrados. Parte integrante da forma proposta pela autora é a sugestão de que o texto seja dito por uma polifonia de vozes e não necessariamente personagens. Em suas jornadas independentes e interdependentes, os atores/vozes desvelam suas lógicas e adquirem movimento. Os atores/vozes influenciam uns aos outros, se permeiam, caminham paralelamente e estão em constante mutação.
 
"Encenar um texto de Sarah Kane é sempre um desafio, e eu adoro desafios. "ÂNSIA" é uma peça que mexe com as bases da dramaturgia, acolhe personagens que nem personagens são, são vozes, são reflexos, são espelhos de uma sociedade. Neste ponto, contemporânea, no caso de Sarah Kane na virada do século XXI. Sarah Kane é um prolongamento da dramaturgia Beckettiana ou de Harold Pinter e nisso o teatro agradece, os atores absorvem, a plateia se indaga e o teatro se faz da melhor forma possível, através da perplexidade, da inconstância e da imprevisibilidade. O teatro inteligente de Sarah Kane é sempre um desafio para quem quer estar presente na sociedade contemporânea. "
- Cesar Augusto, diretor do espetáculo
 
Assim como em Beckett e Pinter, que inspiraram “Ânsia”, o corte realizado com o drama tradicional reflete os anseios contemporâneos. A brutalidade que podemos enxergar ao nos depararmos   com   a   vida,   é   contrastada   com   o   amor   e   o   humano;   e   o   crescente
autoconhecimento proporciona o encontro com a beleza mesmo nas situações mais cruéis. Neste sentido a forma dramatúrgica escolhida não é só forma estética, mas uma necessidade para que se exponha de forma precisa esse paradoxo.
 
“.... A verdade não tem muito a ver com a realidade, e a ideia (se é que ela existe) é gravar a
verdade....”
- Voz de C, “Ânsia”
 
A visão do mundo apresentada em “Ânsia” se torna ainda mais transparente ao considerarmos o que Sarah propõe como base; os atores são portadores de texto, vozes e não necessariamente personagens no sentido mais tradicional do termo. O fluxo de informações não obedece às regras do cotidiano, o que permite que a peça mergulhe no que é aleatório, desconhecido, e como tal impossível de ser justificado racionalmente.
 
“Encenar Sarah Kane é um desafio e tanto, estamos falando em uma dramaturgia muito singular e infinita em possibilidades ao se transportar para o palco. Tivemos a felicidade de ter conosco, nessa construção, um dos diretores mais preparados para esse percurso tão incerto e ao mesmo tempo tão rico. Cesar Augusto tem nos conduzido com muita maestria e afeto, num processo de pesquisa ímpar."
- Alexandre Galindo, ator e produtor
 
Os idealizadores se depararam com uma exímia liberdade da autora, conferida por sua vez aos atores, e é a partir dessa liberdade que se desdobram destinos, histórias, escolhas, curvas, bloqueios, desbloqueios, encontros, voltas para si e voltas para o outro. Diante da violência do mundo buscam-se soluções. O texto amplia a visão sobre a vida e as suas dinâmicas, ampliando também o caos e a organização que surgem nesses caminhos, à medida que se procuram novas ferramentas para traçar passos dentro de um imenso labirinto.
 
“Da primeira vez que li uma peça da Sarah, tive uma sensação que só se assemelhava à sensação que tive nas primeiras vezes que li Shakespeare. Era o assombro. Me deparava ali, com uma artista tão completa e que reflete com tanta lucidez a alma humana, que a incredulidade diante daquilo me parecia a única opção. Eu não acreditava no que estava lendo. O que eu lia era a alma humana decodificada e dissolvida em letras numa folha de papel. Mais tarde ficou mais claro para mim que isso se tratava simplesmente da habilidade artística elevada à sua máxima potência; a de observar a humanidade e imprimir experiências com tamanha vivacidade. E é com essa vivacidade que pretendemos levar a obra dessa grande dramaturga ao palco. De forma viva e íntegra.”
- Elisa Barbato, atriz
 
Em um universo de vozes, quatro personagens expressam forte intimidade. Escrito por Sarah Kane, dramaturga referencia do teatro britânico do final do século XX, o espetáculo, envolto em poesia, amor e ódio, cria conexões, numa trama cruel e abusiva, onde sujeito, tempo e espaço se apresentam indefinidos e refletem anseios contemporâneos.
 
Sobre Sarah Kane
Sarah Kane, dramaturga inglesa considerada uma das grandes responsáveis pelo impacto do movimento In-Yer-FaceTheatre (na sua cara). Suas peças “Blasted” (1993), “O Amor de Fedra” (1996), “Purificados” (1998), “Falta” (1998) e “4:48 Psychosis” (1998), apresentam situações austeras e extremas, o que é muitas vezes atribuído à sua sensibilidade clássica, fazendo-a transcender o movimento teatral de sua época. Sua forte influência sobre o teatro foi muitas vezes erroneamente eclipsada por sua história de vida marcada pela depressão, mas sua capacidade de subverter a estrutura dramatúrgica acabou consagrando-a como escritora de talento único e visionário. Com cada nova peça ela mostrava resultados surpreendentes de sua investigação e exploração da forma teatral.
 
“Criar beleza a partir do desespero, ou do sentimento de desolação, é para mim a coisa mais
esperançosa e afirmadora da vida que alguém pode fazer”
- Sarah Kane, autora da peça
 
Sobre o diretor Cesar Augusto
Cesar Augusto é membro da Cia dos Atores desde a sua formação como ator, diretor, produtor e, eventualmente, como cenógrafo. Paralelamente, desenvolveu e participou de outros projetos e ações culturais: Riocenacontemporanea – Festival Internacional de Teatro da Cidade do Rio de Janeiro (membro da diretoria e curador), Festival de Teatro de São José do Rio Preto (curador). Dirige o TEMPO_FESTIVAL , festival internacional no Rio de Janeiro. Foi diretor artístico da Ocupação CÂMBIO, no Teatro Glaucio Gill, entre 2010 e 2011, a convite da Secretaria Estadual de Cultura, sendo indicado na categoria especial do prêmio APTR por este trabalho. Dirigiu a residência artística do Teatro Café Pequeno ao longo de três anos, dando prosseguimento à Ocupação Câmbio. Foi curador de artes cênicas do Galpão Gamboa, espaço dirigido por Marco Nanini e Fernando Libonati, agraciado pelo prêmio APTR na categoria especial. Dentro da esfera de curadoria no Instituto Galpão Gamboa, desenvolveu o projeto Dança Gamboa, junto com Marcia Rubin. Entre agosto e novembro de 2014, esteve à frente da ocupação Dulcinavista, no Teatro Dulcina, localizado no centro da capital carioca. Em 2016, foi indicado na categoria especial do Prêmio Cesgranrio pela curadoria do Galpão Gamboa. Ainda em 2016, foi idealizador, com a diretoria do TEMPO_FESTIVAL, do evento HOBRA - Residência Artística Holanda Brasil, que fez parte do calendário cultural dos Jogos Olímpicos da cidade do Rio de Janeiro. Em 2017, foi indicado ao prêmio Cesgranrio pela curadoria do Galpão Gamboa e recebeu o prêmio APTR 2017, categoria especial, pela multiplicidade de ações  culturais. Como ator, fez inúmeros espetáculos de teatro ao longo de sua carreira, tanto no Brasil como no exterior. Por “Conselho de Classe”, de Jô Bilac, foi indicado ao prêmio APTR de melhor ator protagonista. Entre seus últimos trabalhos como diretor, estão: "LaborAtorial", processo colaborativo com os artistas Marcelo Valle e Diogo Liberano e Simon Will, do coletivo artístico Gob Squad/ Alemanha; "Próxima Parada", baseado nas obras dos dramaturgos José Vicente e Antonio Bivar; “Talvez “e "Mamãe", trabalhos solos de Álamo Facó, "A Tropa", texto de Gustavo Pinheiro premiado no Festival Seleção Cena Brasil 2015, com Otávio Augusto e “Alair”, do mesmo autor, com Edwin Luisi no elenco, “Noite em Claro”, de Joaquim Vicente, que faz parte do espetáculo-evento Rio Diversidade, indicado os prêmios Shell e APTR, por inovação e categoria especial, respectivamente. Está em cartaz com o espetáculo “Insetos”, celebrando 30 anos de trajetória artística da Cia. dos Atores, em turnê pelo Centro Cultural Banco do Brasil. Por este espetáculo, esta indicado como cenógrafo, junto com Beli Araujo, para os prêmios Shell, APTR e Aplauso Brasil.
 
Sobre o ator e produtor Alexandre Galindo
Bacharel em Artes Cênicas pelo Instituto CAL de Arte e Cultura, Cursou um MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getulio Vargas (FGV) formado em Engenharia Civil pela Universidade Cruzeiro do Sul, SP e Pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Nove de Julho, SP. Idealizou, produziu e protagonizou a peça “A Festa de Aniversário” de Harold Pinter, em 2017 e 2018, com a direção de Gustavo Paso, que estreou no teatro Poeira, um sucesso de crítica e público, com duas indicações ao Prêmio Cesgranrio de Teatro nas categorias melhor atriz e melhor iluminação. Produziu também em 2017 os espetáculos “Animal Doméstico” com texto e direção de Hayla Barcellos e “A Viagem do Capitão Tornado” com adaptação e direção de Clóvis Levi”. Em 2018 produziu e atuou nos espetáculos “Falta” de Sarah Kane com direção de Cesar Agusto e “Educação Siberiana” de Nilolai Lilin com direção de Gustavo Paso. Atualmente está trabalhando na captação do projeto “The Party” de Sally Poter, com previsão de estreia para o segundo semestre de 2019.
 
Ficha Técnica:
IDEALIZAÇÃO: Alexandre Galindo e Elisa Barbato TEXTO: Sarah Kane
TRADUÇÃO: Laerte Mello DIREÇÃO: Cesar Augusto
ELENCO: Alexandre Galindo, Elisa Barbato, Maria Adélia e Rogério Freitas CENÁRIO: Cesar Augusto
ILUMINAÇÃO: Diego Dienner TRILHA SONORA: André Poyart FIGURINOS: Tiago Cardozo
ASSISTENTE DE DIREÇÃO: João Bernardo Caldeira PREPARAÇÃO CORPORAL: Toni Rodrigues PROGRAMAÇÃO VISUAL: Thiago Ristow DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Alexandre Galindo
PRODUCÃO EXECUTIVA E ADMINISTRAÇÃO DE TEMPORADA: André Roman
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Duetto Comunicação ESTAGIÁRIO DE DIREÇÃO: Dan Patrício
REALIZAÇÃO: Gênese Produções



Duração: 60 minutos


Temporada:
Sem Informações!


Contato:
(21) 2018-2414 | Rio no Teatro


Classificação:
Livre


Genero:
Drama




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