A comédia, “Freud - A última sessão” é a montagem no Brasil da premiada peça do autor americano MARK ST. GERMAIN. O texto é baseado no livro escrito pelo Dr. Armand Nicholi - professor clínico de psiquiatria da Harvard Medical School - “Deus em Questão”, que conta o encontro de Sigmund Freud, crítico de longa data da crença religiosa, e C.S. Lewis, renomado egresso de Oxford, crítico literário e talvez o mais influente e popular defensor da fé baseada na razão. “Freud e Lewis representam nossas partes conflitantes”, registra o Dr. Nicholi.
A peça faz sua estreia nacional no dia 3 de novembro no Centro Cultural dos Correios, Centro do Rio.
A montagem reproduz o cenário onde Freud desenvolvia sua psicanálise, mesmo exilado na Inglaterra em plena segunda guerra mundial em 1939, durante o início da invasão de Hitler. Tempo marcante para história. A caracterização dos atores será a mais próxima possível das duas personagens centrais, o professor C.S Lewis e Sigmund Freud, fazendo acreditar que estamos naquele tempo, não só assistindo mas vivenciando de forma hiper realista. “É um espetáculo para rir, pensar e se emocionar muitas vezes; difícil reunião em um trabalho de arte. 'Freud – a última sessão', acaba de ganhar o premio de melhor peça Off Broadway Alliance Awards 2011 e agora vai conquistar o público brasileiro”, avisa a diretora Ticiana Studart.
O espetáculo revive o encontro entre Sigmund Freud, o criador da psicanálise e ateu ferrenho, interpretado pelo ator Helio Ribeiro e CS Lewis, professor da Oxford, escritor e cristão fervoroso, pelo ator Leonardo Netto.
Deus criou o Mundo? Ou será que essas possibilidades são fantasias criadas pelo homem para seu suporte? Falas cortantes, contundentes de ambas as partes cheias de humor. O sarcasmo e a ironia rondam toda essa discussão. O público, pelas idéias contundentes ali propostas se confundirá, por mais ateus e cristãos que sejam. A discussão real é sobre Freud, um ateu convicto, não admitir que um intelectual com todas as possibilidades de Lewis, seja um cristão fervoroso.
De forma acessível, temas como religião, psicanálise, sexo e sociedade humana, são abordados. O que é a felicidade? Deus existe? Como encontramos sentido e propósito em nossas vidas? Como conciliamos o conflito do amor e sexualidade? Como lidamos com o problema do sofrimento e a inevitabilidade da morte?
C. S. Lewis e Sigmund Freud argumentam lado a lado, refletindo sobre os pontos fracos e as alternativas aos seus posicionamentos.
Certamente o público sairá rindo das personagens, mas também pensadores da sua fé ou da ausência dela. Poderemos nos posicionar no lado que quisermos, pois teremos acabado de presenciar um recorte de um dos confrontos mais profundos da história. O propósito do espetáculo é olhar para a vida humana a partir de dois pontos de vista diametralmente opostos: as do crente e do incrédulo e examinar vários dos problemas básicos da vida em termos dessas duas visões conflitantes.
Autor: Mark ST. Germain
Mark escreveu as peças ‘Camping’ (Outer Critics Circle e Lucille Lortel prêmios), ‘Out of Gas on Lover’s Leap’ e ‘Forgiving Typhoid Mary‘ (melhores 10 peças do ano da Time Magazine), todos publicados por Samuel French e Dramatists Play Service. Com Randy Courts, escreveu os musicais ‘The Gifts of the Magi, Johnny Pye’ e ‘Foolkiller’ (vencedor de um AT & T “New Plays for the Nineties Award”) e ‘Jack’s Holiday’ no Playwrights Horizons. O musical de Mark ‘Stand By Your Man’, ‘The Tammy Wynette Story’ foi criado para o Nashville’s Ryman Theater. Trabalha para TV como escritor e consultor criativo para “The Cosby Show”.
Escreveu o roteiro para o filme Duma da Warner Brothers. Mark dirigiu e co-produziu o filme My Dog, uma história de amor incondicional com Richard Gere, Glenn Close, Isaac Mizrahi, Edward Albee e outros. Mark escreveu o livro infantil Three Cups (www.3cupsbook.com). Ele é um ex-aluno de novos dramaturgos, onde ganhou o Joe A. Callaway Award, jurado no Prêmio teatro americano William Inge Festival’s New Voices, membro do Dramatists Guild e do Writer’s Guild East. Ele é ainda membro do conselho da Barrington Stage Company, onde ele também serve como um Artista Associado. Seu mais novo texto, The Best of Enemies, vai estrear no BSC, em julho.
Direção : Ticiana Studart
Ticiana Studart começou sua carreira em teatro como atriz em 1979. Atuou em várias peças, cinema e televisão. Em 1986, vai para Nova York, onde permanece por três anos. Neste tempo, decide estudar direção teatral, estagia e se torna membro do “Director’s Company” de Nova York, além de estagiar no Festival Latino Americano, no “Public Theatre”. Sua formação também resulta de estudos com Geraldine Page, F. Murray Abraham e Uta Hagen, entre outros. Ainda em Nova York produz peças curtas de Samuel Beckett, e assina a direção de “Yerma” de Garcia Lorca no “Staret Theatre”.
No Brasil dirige sua primeira peça em 1987, “Delicadas Torturas” que recebe o prêmio “Moliére” para Paulo José, “Mambembe”, para Zezé Polessa e Lília Cabral e ainda indicação para o Prêmio Shell. Encena “Bukowski, Bicho Solto no Mundo”, dirige shows de Zélia Duncan no Rio de Janeiro e São Paulo e monta em 1982 uma super produção: “Música Divina Música”. Em 1997 encena “Coração na Boca” no Rio de Janeiro e São Paulo, peça que representou o Brasil em festivais Internacionais, tendo sido aclamada por público e crítica dos Estados Unidos. O Jornal Miami Herald cita a peça de Chico Azevedo como “Uma Obra de Arte Brasileira”. Ainda em 1998 remontou “Casa de Prostituição de Anaïs Nin”, onde esteve em temporada na cidade de São Paulo. Fez parte do corpo docente da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), onde montou “Perdoa-me por me Traíres” de Nelson Rodrigues e “Pedaços” de Samuel Becket, “Assim é se lhe Parece” de Pirandello e “Bonitinha mais Ordinária” de Nelson Rodrigues.
Em 2000 montou “Insensatez” de Jean Cocteau no Rio de Janeiro e em São Paulo seguindo por mais oito cidades, tendo sido assistido por mais de nove mil pessoas. Sua última criação foi “As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant” de Rainer Werner Fassbinder que estreou em São Paulo com grande sucesso de público e crítica, espetáculo recomendado pela “Folha de São Paulo”, realizou tournê pelo Brasil, estreando no Rio de Janeiro em março de 2002 e permanecendo em cartaz por sete meses. Seu último projeto foi a encenação da peça “Tudo Sobre as Mulheres” do autor croata Miro Gavran, que estreou em 2006. Em 2009, Ticiana lançou seu livro “Fora do Normal” pela Editora Record. No início de 2012 lançou seu pirmeiro curta "Apenas uma Possibilidade" que acaba de ser selecionado para o Festival de Cinema de Los Angeles".