Somem-se 15 anos de intenso trabalho com contorcionismo circense a altas doses de pesquisa em dança contemporânea. O resultado é O princípio da casa dos pombos, primeiro solo de Camila Moura, acrobata gaúcha radicada no Rio, mais precisamente em Laranjeiras, que está em cartaz no Parque das Ruínas. Respirando acrobacia em tempo integral, a artista convidou a coreógrafa Alice Ripoll para dar os contornos do espetáculo que explora cada centímetro de possibilidade do corpo em movimentos contínuos que fazem o público prender a respiração com as formas incríveis que Camila Moura desenvolve em cena. O princípio da casa dos pombos foi selecionado pelo Programa de Fomento à Cultura Carioca. A entrada é franca.
“A coreografia trabalha elementos do contorcionismo, arte em que a Camila é mestra. O espetáculo mostra uma movimentação lenta, entrecortada de passagens rápidas, que se alimenta de si própria e tende para uma inércia, infinita, como se nada pudesse parar o que a intérprete está apresentando em cena”, explica a diretora Alice Ripoll. “Se no circo as posições de contorção são um fim, um ponto máximo a ser alcançado, no nosso trabalho elas servem de pontos de passagem dentro de coreografias ‘infinitas’”, complementa Alice.
Quando o espetáculo começa, Camila Moura parece buscar posições de conforto, como em uma insônia em que não encontramos a posição certa de acomodar o corpo. Daí por diante uma sucessão de contorções surgem, com direito a interação com um aquário com peixes vivos, gestos incalculáveis diante de uma moita repleta de brotos germinados e muito mais. “Nas minhas pesquisas, sempre tive vontade de elaborar cenas em que o corpo criasse novas perspectivas de movimento, buscando o equilíbrio e daí vivendo uma transição. Na verdade, o equilíbrio absoluto não existe, ele sempre leva a um outro gesto”, destaca a artista.
Acrobata, bailarina, formada em licenciatura em dança na Faculdade de Dança Angel Vianna e em pilates, pelo Espaço Pilates, Camila Moura cursou três períodos de reciclagem na Escola Nacional de Circo, especializando-se em acrobacia aérea e contorção. Elaborou junto com Carolina Cony o projeto Circo Strada em Espetáculo de Variedades, em que também atuou, e foi contemplado com o Prêmio Montagem Cênica da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro 2011 e Prêmio Funarte/Petrobras Carequinha de Estímulo ao circo 2011 e com Prêmio Funarte Artes de Rua 2012. Desde 1998 vem trabalhando com importantes Companhias, diretores e participando de Festivais tais como, Òi Nóis Aqui Travéis(POA), Circo Girassol(POA), Cabaré Volante(RJ), Intrépida Trupe(RJ), Teatro de Anônimo(RJ), Cininha de Paula, Thierry Tremouroux, Gilberto Gawronski, Fernando Philbert,Convenção Brasileira de Malabarismo e Circo, Festival de Circo do Brasil, Festival Internacional Sesc de Circo, Plataforma Rio, Virada Paulista.
Alice Ripoll é coreógrafa formada pela Escola e Faculdade Angel Vianna, atua também como intérprete, professora e diretora de movimento para peças teatrais. É diretora da Cia de dança R.E.C., com a qual realizou os espetáculos “Cornaca” e “Katana”, em co-produção com o Festival Panorama, em 2012. Dirigiu e interpretou os trabalhos “Que as saídas sejam múltiplas” (2008) e “Amanhã Recomeço” (2007). Fez assistência de direção do espetáculo “Pequeno Inventário de lugares comuns”, de Dani Lima (2009).Participou como intérprete dos trabalhos “O maravilhoso museu da caça e da natureza”, de Renato Linhares (2012), “In Drama - Senhora dos Afogados”, de João Saldanha (2011); “Coreografia para Prédios, Pedestres e Pombos”, de Dani Lima (2010); “Gêmeos”, de Alex Cassal (2008).Dirigiu os o vídeos “Jornada ao Umbigo do Mundo”, (Prêmio Rumos Itaú Cultural Dança 2007) e “Desnudamento Público das Paixões”, (Festival Dança em Foco, 2010).
Alice Ripoll explica o título do espetáculo:
“Buscamos no nome uma relação com a repetição infinita, situações cíclicas, etc. “O Princípio da casa dos pombos” é um conceito da matemática que, embora se trate de uma evidência extremamente elementar, é útil para resolver problemas que não são imediatos e envolvem conjuntos infinitos. O nome carrega uma atmosfera de fantasia e humor, e faz referência a um animal também conhecido por realizar um eterno retorno, o “pombo correio”. Todo pombo retorna geralmente a seu próprio ninho e encontra repetidamente o caminho de volta em longas distâncias. Os pombos correios foram usados para carregar mensagens, por isso o nome. Na matemática, o “princípio da casa dos pombos” é a afirmação de que se n pombos devem ser postos em m casas, e se n > m, então pelo menos uma casa irá conter mais de um pombo. Matematicamente falando, isto quer dizer que se o número de elementos de um conjunto finito A é maior do que o número de elementos de um outro conjunto B, então uma função de A em B não pode ser injetiva.
Ficha técnica:
Direção :: Alice Ripoll | Criação e Interpretação :: Camila Moura | Cenário e Figurino :: Raquel Theo | Direção musical/Trilha sonora :: Daniel Castanheira | Direção de Produção :: Carolina Goulart | Preparação Corporal :: Julio Nascimento | Professor de Pilates :: Cláudio (Espaço Pylates) | Iluminação/desenho de luz :: Andréa Capella | Design gráfico/arte :: Roberto Unterladstaetter | Fotos :: Renato Mangolin | Vídeo :: Renato de Paula | Assessoria de Imprensa :: Mônica Riani
Serviço:
O princípio da casa dos pombos –
Criação e interpretação: Camila Moura.
Dir: Alice Ripoll.
Espetáculo solo de circo-dança com Camila Moura que explora as possibilidades do contorcionismo.
Centro Cultural Municipal Parques das Ruínas _ Rua Murtinho Nobre, 169 - Santa Teresa | Telefone: 21 2215-0621 | 2224-3922 | Lotação: 80 lugares
Grátis _ Distribuição de senhas 30 minutos antes do espetáculo. | Classificação Etária: 12 anos | Temporada: junho – 5, 12, 19 de julho – sábados, às 16h Duração: 60 minutos.
Assessoria de Imprensa _Mônica Riani 21 2235-5575 | 21 9 8898-5575 (Oi) | 21 9 9544-0351