Cláudia Alencar entre cenas e poesias
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Nossa personagem da semana é destaque nas telinhas, nas telonas e nos palcos. São mais de 30 trabalhos na televisão e oito longa- metragens. Sua carreira começou com Antunes Filho no teleteatro da TV Cultura protagonizando ao lado de Antônio Fagundes. No Teatro iniciou uma carreira de sucesso no espetáculo de Alcides Nogueira, "A Banda de Najas", onde fazia uma trapezista. Ela não parou mais e foi além. Bacharel licenciada em teatro pela USP, ela é uma das mulheres mais lindas e talentosas deste país. Atualmente a atriz brilha no Multishow  ao lado do filho Yann Hatchuel. Isso mesmo, eles são mãe e filho na vida real e, agora, também na ficção em 'Filho da Mãe'.  Em entrevista exclusiva ao Rio No Teatro Claudia Alencar  falou sobre carreira, teatro e as novidades para 2013. O terceiro sinal já foi dado! Desliguem seus bips e celulares. Agora é hora de Claudia Alencar. 

 

RNT: O inicio de sua carreira foi praticamente universitária. Como decidiu trilhar o caminho artístico? 

Cláudia Alencar: Minha carreira antes era universitária totalmente, mas meu desejo era ser atriz... Tinha medo de não ganhar dinheiro como atriz, pela carreira ser mal vista e muito flutuate economicamente. Mas não teve jeito. Segui meu desejo, era impossível fugir dele e quem segue desejos virtuosos, com disciplina e ética só pode vencer.  Para mim vencer é fazer o que se gosta com todos os ônus do sonho! Mas vale a pena! 

 

RNT: Fale um pouco sobre o seu período como professora de Artes Cênicas. Sente saudades daqueles tempos? 

Cláudia Alencar: Agora sinto, porque tenho muito a compartilhar e sinto necessidade disso! De voltar a dar oficinas, workshops de teatro, com o método que criei ao longo desses anos com meus estudos, praticas e ensinamentos de muitos mestres do mundo todo. E eh o que estou fazendo. Criei agora uma oficina de 3 meses. Oficina com Claudia Alencar –  que aborda imaginação ,criação, atuação. Formatada em 3 módulos, em 3 meses onde poderei ensinar e aprender! Não posso ficar com conhecimentos guardados em gavetas da memória. 

 

RNT: Envolvida com o movimento contra a ditadura militar, a sua história se confunde com a do próprio pais. Fale um pouco sobre aquele tempo. 

Cláudia Alencar: Todos os jovens estavam envolvidos ou em politica ou no movimento hippie da época. Optei pela politica. Pensava, sonhava em transformar o Brasil num pais sem miséria, com  uma boa educação, para todos , hospitais de boa qualidade, transporte e condições mínimas de sobrevivência para nosso amado povo e sempre a favor da democracia. Utilizava o teatro como ferramenta de guerrilha. Através de peças que criávamos , textos de denuncias de tortura, denuncias dos abusos da ditadura, nos apresentávamos  em faculdades, no centro da cidade, em bairros, para encenar e conscientizar a população, para que ela se junta-se a nos e ai podermos criar nossa democracia...mas não foi exatamente o que aconteceu... nem  no tempo que queríamos. Hoje os nossos companheiros estão no poder e não posso me orgulhar deles. Sempre agradeço que não morri nos porões da ditadura e vivi para ver que estando no poder eles se transformariam no que  mais tínhamos lutado contra. Jamais imaginei isso. 

 

RNT: E como percebe essa nova geração de artistas? A arte está banalizada? 

Cláudia Alencar: Não temos mais um sindicato atuante. Os artistas estão dispersos e cada um com seus agentes. Não somos mais uma trupe unida... estamos desmobilizados como classe, sozinhos, cada um lutando por si mesmo e atrás de dinheiro e não mais de arte.... a maioria, claro! Há muitos fazendo "Arte"  realmente. 

Isso é um fenômeno mundial. A arte nivelou-se por baixo. A cultura nivelou-se por baixo devido a globalização. 

Pensava que nossa geração tão criativa, combativa, politica, artística iria gerar filhos melhores ainda! Mas na musica e nas artes cênicas eu vejo uma mediocridade muito grande. O cinema e a literatura evoluíram e abriram mais estradas. As artes plásticas também... mas o teatro. A Televisão teve um avanço fantástico e agora com as novas series surgindo é um grande avanço da qualidade e quantidade. Estamos indo por atalhos, mas com certeza chegaremos ao Paraiso! 

  

RNT: O que você tem vontade de gritar em cena? 

Cláudia Alencar: Artistas de todo o mundo ! Uni-vos!! 

 

RNT: Das peças de teatro que fez qual mais te marcou? 

Cláudia Alencar: Tartuffo, de Moliere, que fiz com Paulo Autran. O menor papel da peça. Duas entradas em que saia muda e entrava calada. Flipote ela chamava.Era uma criada que soh servia para dizer que na época as senhoras só saiam de casa acompanhadas de suas criadas.( fazia a protagonista em outra peça , dele, na semana seguinte a gente revessava) Eu criei toda a personagem e Flipote em cena, mesmo muda, pensava e agia só com os olhos.. resultado...roubei as cenas. Recebi uma critica favorável demais com 5 linhas  analisando minha interpretação! Claro que houve outras peças que foram muito importantes e deliciosas de fazer, mas com essa atuação se prova a máxima do ator- não importa  se o papel é pequeno ou não, importa é se o  ator é pequeno ou não! 

  

RNT: E dos personagens de TV, teatro e cinema...qual sente mais saudade? 

Cláudia Alencar: Sinto saudades de muitas delas, muitas que adorei fazer e que o publico adorou ver... Patativa é um clássico, em Roda de Fogo Alcina, de Um Homem Muito Especial, na TV Bandeirantes até hoje é lembrada, apesar de ter sido numa emissora não famosa por levar novelas, Perla Menescal, em Fera Ferida, Epifania, em Porto dos Milagres, Divina, em Esplendor, Divinéia, em Hilda Furacão, todas mulheres fortes e frágeis, maravilhosamente escritas por seus autores...e elas todas estavam e estão dentro de mim... foi só pedir licença, para elas saírem! 

  

RNT: Você trabalhou com grandes nomes da cultura nacional. Com quem você ainda quer trabalhar ou tem vontade de voltar a trabalhar? 

Cláudia Alencar: Gostaria de trabalhar com Antunes novamente... Logo, logo! Com Bibi  Ferreira novamente. Aderbal é meu sonho de consumo, também. Gostaria de atuar com Fagundes de novo , Osmar Prado, Natalia Timberg, Mariana Ximenes, Rodrigo Santoro e muitos e muitos outros e outras... 

  

RNT: E quando a poesia entrou em sua vida? 

Cláudia Alencar: Desde os 13 anos. Há um poema melancólico e triste em que falo da solidão que me habitava... imagine....Uma garota moleca como fui, alegre, vibrante, trazendo uma solidão infindável dentro de si... mas a poesia eh capaz de buscar nossos abissais. Não somos só Luz... há sombras que essa luz traz e há luz que ilumina as sombras. A poesia revela os dois lados. E poesia que as vezes eh arte de adolescente não desgrudou de mim  até hoje. Sou como uma adolescente encantada com mundo e sensível a ele como aos 13 anos era. Escrevo quase diariamente, como forma de criação, reflexão e entendimento de mim e do mundo. Além de limpar a mente.... jogar muito lixo fora. 

  

RNT: Qual o conselho dá para quem está começando na carreira? 

Cláudia Alencar: Desista! Desista! Se não desistir é porque tem talento e vocação. 

  

RNT: E agora...quais as novidades na carreira? 

Cláudia Alencar: Há uma grande novidade que vem por ai na televisao, mas que ainda não posso revelar. Outra no teatro. Outra é minha exposição de fotos que já mostrei alguma coisa no Jô Soares em 2012 e minhas oficinas de teatro além de minhas palestras sobre saúde. 

  

RNT: Uma frase 

Cláudia Alencar: De meu livro SUTIL FELICIDADE, editora GLOBO – Ansiedade é falta de delicadeza com o andar da natureza. 

   

RNT: Um recado para seus fãs aqui do Rio No Teatro 

Cláudia Alencar: O  que dizer a quem me admira? Como falar da ternura que sinto ,quando sou abordada. Como descrever a alegria interna ao ver meu trabalho, dando alegria a pessoas que nem conheço? Como expressar o contentamento ao ver minha missão sendo cumprida ,quando vejo os olhinhos de felicidade de quem  me olha?  

Muito obrigada UNI-VERSO! MUITO OBRIGADA Aqueles que me veem com olhos de amor! Isso significa que há muito amor dentro deles! Obrigada pelo reconhecimento. Muito obrigada mesmo!

 

 

Entrevista e Texto: Alessandro Moura

 




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