Felicidade

 

 

Você tem 24 horas para ser feliz!

 

A chuva fina que me acompanhou até a Casa da Gávea poderia ser testemunha da simplicidade e beleza que encontraria naquele palco nu, sob os olhares atentos da plateia apenas quatro relógios em foco. Confesso que não estava de fato com muitas expectativas para assistir uma montagem com o nome de “Felicidade”, imbuído de conceitos não dei muita importância ao tema. Surpreendido fui. Agarrado pela força da singeleza das palavras. Trucidado por verdades simples de pessoas que apenas buscam a sonhada felicidade.

 

É impossível deixar de citar a construção da narrativa, onde quatro personagens não se encontram, mas estão sob a mesma custódia. Todos carcereiros de suas próprias celas. Todos amordaçados nas janelas de seus medos e hipocrisias sociais. Os atores se desdobram em outros tantos papeis ajudando a contar as histórias de nossos quatro protagonistas. Ambos os quatro estão na medida da cena.

 

Ana Paula Novellino, Bruno Bacelar, Jorge Neves e Zé Auro Travassos brilham em cena, arrancam suspiros e lagrimas de uma plateia presa ao discurso em cena. Atuação impecável, sem exageros, sem forma e com uma essência de verdade ( por mais que eu deteste utilizar essa palavra) posso dizer que acreditei em cada um desses dilemas e pude perceber quantos existem a minha volta, aqui mesmo na redação, na saída do metrô ou na lanchonete da esquina.

 

Como conseguir alcançar a felicidade em 24 horas? Essa resposta é a sonhada por cada um destes personagens escritos por Cristina Fagundes, que também assina a direção. Se o texto prende e atrai pela simplicidade e verdade nas palavras, a direção é sofisticada e deliciosa. Um trabalho em cima de partituras corporais constrói as entre cenas. A direção abusa do trabalho do ator que é inventivo e criador. O resultado é a plateia que sonha junto é vê um balão imaginário subindo para o céu. E onde estaria o teto do teatro? Não sei... Eu só conseguia ver estrelas, lindas estrelas. Confesso que até mesmo me esqueci da chuva que teimava em cair lá fora. Poesia da mais alta conta que causa reflexão e olhares para o mundo. Texto e direção que aliados lembram ao público o sabor de prestigiar o teatro.

 

Os figurinos de Lua Monteiro ajudaram a compor devidamente as personagens, sem muitos arroubos. Tudo estava na medida. A cenografia usual com signos claros do tempo de cada uma das personagens. A luz não apenas cumpriu seu papel como em um muitas vezes nos transportou para outros universos. Aplausos e assobios para Paulo Denizol e Daniel Ramos.

 

A trilha sonora era cortante como a tragédia e viva como a comédia. Confere a montagem um tom melodramático que dá as quebras precisas para o texto. É neste ritmo de tango que todos saímos do teatro. Em busca de nossos sonhos, realizações. Tudo para ser feliz! O que podemos desejar a Cristina Fagundes e toda sua equipe? – Felicidades!

 

* Independente das críticas profissionais, sugerimos que assista aos espetáculos e faça suas próprias críticas.
* Acesse a e veja também a opinião do público geral nos comentários.

 

 

 

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