Valsa Nº 6

 

No centenário de nascimento de Nelson Rodrigues, o Teatro Portátil surpreende e emociona revisitando a obra

 

Uma proposta ousada que leva para a cena o Teatro de Animação com o texto de Nelson Rodrigues. No palco uma boneca vive a protagonista de “Valsa Nº 6”, o público pode conferir de perto as memórias de Sônia com o apoio de três atores e filmes de animação.

 

A direção de Alexandre Boccanera é surpreendente, e possui uma delicadeza sem tamanho. É possível rir e se emocionar com a pequena Sônia no palco. Módulos se transformam em diversos objetos, piano, escada e até mesmo na rua onde a menina brincava de uma simples amarelinha.

 

O elenco composto por Flávia Reis, Julia Schaeffer e Guilherme Miranda,  brilha criando imagens com gestos e palavras. A direção se apresenta com marcas rigorosas que resulta em um trabalho de consciência corporal impecável.  Boccanera trabalha diferentes dimensões narrativas, metafóricas, reais e fictícias.

 

Segundo palavras do diretor no programa da montagem, colocar uma boneca- um objeto inanimado em cena, cheio de vida, indagando ao espectador sobre o que é estar vivo, representa a grande metáfora na questão central do texto.  Com a opção desta proposta de encenação a essência poética do texto “Valsa Nº 6” vai a seu extremo.

 

A cenografia é usual, abre novos horizontes e janelas para a plateia com a projeção de animações com as memórias de Sônia, módulos se transformam e enriquecem a direção que abusa dos planos. A iluminação de Aurélio de Sinomi é impar e nos transporta para o mundo da pequena Sônia. Os figurinos são assinados por Antônio Guedes, que buscou uma base neutra, e alguns elementos cênicos para distinguir entrada e saída de personagens.

 

Aplausos para Joana Ribeiro e Mario Olsson que assinam a preparação corporal e a direção de movimento. É possível perceber o casamento de sucesso com o elenco e a direção de Boccanera.

 

Eu de fato, pensei que não tinha mais o que ver sobre Nelson Rodrigues e que todas as tentativas em fugir do clássico acabavam desconfigurando o universo Rodrigueano. Hoje posso dizer que estou encantado com a beleza da pequena Sofia do “ Teatro Portátil”. O espetáculo consegue levar para o palco a alma do texto de Nelson, nos inspira e provoca ainda mais. Será que de fato estamos aqui? Será que isso existe? Eu não me lembro do rosto de algumas pessoas. Apenas dos pés, mas sem os calçados.

 

Salve o “Teatro Portátil”!

 

* Independente das críticas profissionais, sugerimos que assista aos espetáculos e faça suas próprias críticas.
* Acesse a e veja também a opinião do público geral nos comentários.

 

 

 

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