CRÍTICA | Qualquer Gato Vira-Lata tem uma Vida Sexual mais Sadia que a Nossa

Qualquer Gato Vira-Lata - Conflitos e Emoções: A Teoria

 

 

Mesmo que exista uma receita para o amor perfeito, essa ainda continua sendo um dos grandes mistérios da humanidade. Há séculos, conflitos emocionais levam o homem aos mais complexos labirintos em busca de soluções para os problemas mais simples, mas a resposta, talvez, se encontra mais perto do que se possa imaginar, necessitando apenas de um pouco mais de percepção. “Qualquer gato vira-lata tem uma vida sexual mais sadia que a nossa”, em cartaz no Teatro das Artes, na Gávea, aborda algumas dessas dúvidas/questões nos expondo Tati, uma desnorteada jovem no limite de uma crise emocional por nunca ter conseguido encontrar o namorado ideal que, realmente, valorizasse seu amor. À partir daí, o acaso a leva encontrar, durante uma palestra, um professor de biologia que parece ter a resposta para todos os seus problemas. 

 

Escrita pelo excepcional Juca de Oliveira e apresentada pela primeira vez há quinze anos, a peça possui um texto impecável e contemporâneo! Abusando do sarcasmo e diálogos rápidos, o autor joga, brilhantemente, com a psicologia evolucionista e nos apresenta três diferentes personagens com um detalhe em comum: todos possuem um imenso conflito interno quando a temática é a emoção.

 

Bibi Ferreira, mais uma vez, nos traz uma direção elegante e sincera, criando uma sensação quase que cinematográfica ao brincar com o belíssimo cenário e as disposição dos atores em cena, o que torna o enredo ainda mais interessante.

 

É fácil encontrar a construção da personagem em cada um dos atores, porém, Victor Frade rouba quase todas as cenas em que aparece. Além de possuir uma excelente dicção, que destaca a sua voz, o trabalho do ator é ponderado de acordo com a necessidade e os altos e baixos utilizados para compor o professor Conrado são dignos de aplausos. Já a bela Monique Alfradique, encarna a protagonista com sensualidade e graça, possuindo o tom exato para comédia e retorno do público.  Marcos Nauer,  que vive o caricato Marcelo, exagera um pouco no início, mas recupera o fôlego no decorrer da apresentação e nos revela uma montagem diferenciada para um papel que já foi mais que “batido” em comédias adolescentes.

 

O cenário de Natália Lana é audacioso e perfeito para a direção da peça, porém, os painéis empregados em alguns momentos são excessivos e afetam de forma significativa a beleza do seu trabalho. Mas o ambiente principal, por sua vez, é bem acabado e extremamente proficiente por fazer uso de determinadas peças para a organização e criação de outras cenas.

 

Daniela Sanchez nos entrega uma simplória iluminação. Ela trabalha em harmonia com toda a direção artística criada para o espetáculo, nos presenteando com uma produção agradável e marcante.

 

Usando a teoria de Darwin como plano de fundo para uma história engraçada e inteligente, a peça funciona quase como um sistema de autoajuda, levando-nos a indagar: qual seria o limite do ser humano, em relação aos sentimentos? Ou, até onde uma pessoa é capaz de ir para provar e/ou descobrir um verdadeiro amor?

 

Um espetáculo cativante e divertido que, com certeza, terá uma temporada de sucesso pela frente. 

 

Peça: Qualquer Gato Vira-Lata tem uma Vida Sexual mais Sadia que a Nossa

Temporada: De 14/03/2014 Até 07/06/2014
Por D.S. Gravelli

 

 

* Independente das críticas profissionais, sugerimos que assista aos espetáculos e faça suas próprias críticas.
* Acesse a página do espetáculo e veja também a opinião do público geral nos comentários.

 

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